A FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgou hoje (2) uma queda significativa de 21,9% nas vendas de veículos novos e comerciais leves, comparando março de 2020 com o mesmo período do ano anterior. A redução acumulada no trimestre ultrapassou os 8%.
A principal razão para essa desaceleração, segundo a organização, são as reverberações diretas da pandemia de COVID-19. A quase total paralisação das concessionárias em todo o país, decorrente das medidas de quarentena, influenciou diretamente os números de emplacamentos.
Alarico Assumpção Júnior, presidente da FENABRAVE, salientou que o setor, que contribui com 4,5% do PIB e gera mais de 315 mil empregos diretamente através de suas 7,3 mil concessionárias, está praticamente estagnado devido às ordens de quarentena. Ele mencionou que, no momento, é desafiador revisar as estimativas para 2020, dado o cenário incerto quanto à retomada das atividades comerciais e os efeitos finais da quarentena.
No mês de março, houve um total de 115.810 licenciamentos de carros e veículos comerciais leves, indicando uma queda de 19,1% comparado a fevereiro, mês em que foram registradas 192.627 unidades.
Alarico reiterou a necessidade de uma previsão mais clara sobre quando as operações poderão ser retomadas e de medidas que possibilitem a postergação de despesas inadimplíveis no atual contexto.
Os profissionais de vendas estão enfrentando dificuldades devido à atual conjuntura. O Grupo Sorana, revendedor da Volkswagen em São Paulo, que fechou suas portas no dia 21 de março, concedeu férias coletivas a todos os seus funcionários, incluindo Ney Alvarenga, um veterano no setor com 25 anos de experiência. Ney, que não realizou nenhuma venda desde a paralisação, prevê uma redução de 80% no fluxo de clientes mesmo após a reabertura das lojas. Ele acrescenta, no entanto, que há sempre especuladores à espera de ofertas vantajosas em tempos de crise, com alguns já indagando sobre possíveis promoções durante a pandemia.
