Quarentena aquece venda de eletroeletrônicos

Quarentena aquece venda de eletroeletrônicos

Com o isolamento dos que podem ficar em casa para conter o coronavírus e mais profissionais trabalhando em “home office”, as vendas de eletrônicos entraram na contramão da crise econômica gerada pela pandemia. Enquanto produtores de bens não essenciais como calçados e vestuário pisaram no freio com a maior parte do comércio fechado, fabricantes de computadores, celulares, TVs e eletrodomésticos mantiveram os lançamentos para evitar prejuízos e acabaram surfando a alta na demanda dos confinados.

Segundo especialistas, num setor que programa novidades com muita antecedência, adiar o que já estava programado desde o ano passado significa prejuízo alto e o risco de ficar para trás na corrida tecnológica. Levantamento feito pelo O GLOBO identificou ao menos 80 novos produtos lançados neste segmento desde março, quando a pandemia começou e aumentaram as vendas via comércio eletrônico.

Com a adoção do “home office” por muitas empresas e a troca de aulas presenciais por atividades on-line, muita gente que não tinha os equipamentos adequados foi às compras. Segundo a consultoria GFK, a venda de notebooks cresceu 173% desde março. A de tablets, 176%. A venda de TVs e smartphones, que estavam em queda antes da pandemia, subiram 126% e 125%, respectivamente. Aspiradores de pó viraram uma nova febre: alta de 351%. Muitos aproveitaram para equipar a casa também para o lazer e ganhar uma mãozinha nas tarefas domésticas.

Melhor arriscar do que adiar

Segundo Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa de consumo da consultoria IDC Brasil, é muito caro para as empresas suspender o desenvolvimento de produtos, processo que leva de seis a 12 meses antes de chegar ao mercado. É melhor correr o risco e se manter na vanguarda tecnológica, diz: “Ficar parado agora e retomar o investimento depois da crise é mais custoso. Ainda pode atrapalhar o cronograma de lançamentos do ano seguinte.”

Lançamento

A gigante americana Apple já lançou dois laptops, um tablet e um smartphone desde o início da pandemia. A proposta do novo iPhone SE, uma atualização de um modelo antigo com preço (R$ 3.699) mais baixo que os de ponta de sua linha, casou com o momento de crise econômica. A estratégia vem com a expansão dos serviços da companhia para mais de 50 países.

No mês passado, o CEO da empresa, Tim Cook, indicou acreditar que, mesmo com a diminuição da renda em virtude do momento, consumidores vão continuar investindo em eletrônicos. Disse que, apesar do impacto global sem precedentes do coronavírus, as pessoas precisam se manter conectadas e produtivas. Por isso, a Apple continua “atendendo a essas necessidades de maneiras diferentes”.

Agora, com a abertura gradual das lojas da Apple nos EUA, a empresa tem novidades para receber os clientes, observam os especialistas. Em várias lojas americanas reabertas, medidas de distanciamento social e medição de temperatura corporal na entrada não afastaram consumidores. A Apple se prepara para apresentar sua nova geração de iPhones em setembro, como ocorre todos os anos. E não cogitou adiar o evento até agora, mesmo se a pandemia perdurar.

A LG prepara mais de 30 lançamentos para este ano, mesmo patamar de 2019, tem afirmado o vice-presidente de vendas da marca, Roberto Barboza.

Foto divulgação Samsung

A Samsung também lançou celulares nos últimos dois meses e apresentou novidades em outros segmentos. Na semana passada, a empresa apresentou três modelos de aspirador de pó vertical sem fio, estreando nessa área. Além disso, trouxe recentemente o aspirador de pó robô controlado pelo celular em vez de conduzido pelo usuário pela casa ao mercado brasileiro.

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