Instituto SENAI
Ideia
Idealizador do Elmo, o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará, Marcelo Alcantara, explicou como surgiu a ideia de criar o equipamento. “Pensamos numa solução de fácil e amplo uso e que pudesse evitar que o paciente precise de ventilador mecânico e que também não contaminasse o ambiente. Pensamos em criar um capacete que veda a partir do pescoço”, explicou. Equipamento similar é usado em outros países. A ideia foi criar um para o Ceará.
No processo, foram feitos muitos testes. “Testamos materiais diferentes. A versão final passou muito bem nos testes. Estamos numa fase mais avançada em pacientes. Estamos respeitando todas as normas de segurança. O próximo passo é concluir todos os testes clínicos. Quem for produzir tem que submeter os resultados à Anvisa. Tendo a aprovação, já está autorizado a produzir e o estado tem autorização de usar”, detalhou Marcelo Alcântara.
O secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, destacou dois pontos fundamentais da concepção do Elmo. “A inteligência envolvida nisso e a integração de setores acadêmico, industrial e do SENAI. É tudo que se precisa fazer para ter um bom desenvolvimento tecnológico e saúde, melhorar a economia. Outro ponto é a oportunidade de resolver problemas complexos com soluções inteligentes, simples e de fácil acesso. O Elmo é isso, um método que permite salvar pessoas, melhorar a percepção de falta de ar e tratar insuficiência respiratória”, pontuou.
O equipamento foi criado a partir de força-tarefa que envolve Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde, Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), e ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza.
Sobre o Elmo
O Elmo é promessa para desafogar as UTIs, que já estão saturadas de pacientes com Covid-19. Outra vantagem é o baixo custo, que garante facilidade de produção em larga escala. O modelo segue um tipo adotado em países da Europa, como a Itália, que teve bons resultados, com redução da necessidade de aparelhos de ventilação mecânica. O equipamento pode ainda ser desinfectado e reutilizado. O capacete prevê a utilização de um mecanismo de respiração artificial não-invasivo, sem necessidade de o paciente ser entubado, com maior segurança também para os profissionais de saúde.
O capacete é capaz de reduzir a necessidade de respiradores pulmonares artificiais pois trata-se de uma oxigenoterapia do paciente que inala oxigênio puro e não re-inala o CO2 produzido, que tampouco é expelido no ambiente, evitando a contaminação dos demais.
Testes
Na última terça-feira (23/6) iniciaram os testes clínicos do capacete de respiração assistida em pacientes com Covid-19 internados no Hospital Leonardo da Vinci, em Fortaleza. O procedimento segue até o final da próxima semana, concluindo a última etapa do processo de testagem do equipamento. O teste com pacientes é um dos requisitos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o capacete possa ser produzido em escala industrial.