Nesta sexta-feira (07), a Máquina de Vendas, que detém a marca Ricardo Eletro, pediu recuperação judicial (RJ) na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo. Com a medida, todas as lojas da rede também serão fechadas.
As dívidas totalizam R$ 4 bilhões e entre os principais credores do grupo estão os bancos Itaú, Bradesco, Santander e a Whirlpool, controladora das marcas Brastemp e Consul.
O grupo também detém as marcas Salfer, CityLar, Insinuante e Eletroshopping, ambas no mesmo segmento de eletrônicos e eletrodomésticos.
Recuperação
“Estamos tomando uma decisão corajosa e histórica e vamos fechar todas as lojas físicas e fazer um novo modelo de negócios, vamos democratizar as vendas pela internet“, disse o presidente do grupo, Pedro Bianchi, em vídeo divulgado aos colaboradores e ao mercado.
O novo modelo que Bianchi trata no comunicado é de buscar focar numa rede virtual com parceiros e colaboradores que não necessite ter custos fixos elevados com lojas, que na maioria são alugadas, imobilizar estoque, folha de pagamento, encargos e ter mais agilidade na venda e entrega através do e-commerce e da venda direta, com comissionamento diferenciado aos vendedores, que podem ser terceirizados. Outra ideia é utilizar-se de um grande centro de distribuição e armazenamento em conjunto com os próprios fornecedores, modelo já adotado pela gigante chinesa Alibaba em suas operações.
Polêmica
No último dia 08 deste mês, o empresário Ricardo Nunes, fundador da Máquina de Vendas e da Ricardo Eletro, foi preso sob suspeita de sonegação de impostos que podem superar R$ 400 milhões durante um período de dez anos.
Oficialmente, nunes deixou a presidência do grupo em 2018 e também não faz mais parte do quadro de acionistas desde 2019. Porém, os membros do Ministério Público de Minas Gerais desconfiam que o empresário continuava controlando as operações mesmo não estando oficialmente ligado à companhia.