Wilson Ferreira Júnior pediu demissão do cargo no domingo, 24, e, em uma coletiva virtual no dia 25, afirmou que estava renunciando ao cargo por motivos pessoas. Um dos motivos anunciados foi considerar que as concessões para geração de energia que operam em regime de cotas são desfavoráveis não só para a União, como também para o consumidor brasileiro. Outra razão é que ele não vê o processo de privatização da Eletrobras como prioridade no Congresso Nacional.
Para Wilson Ferreira Jr, “se o assunto não for julgado rapidamente, no primeiro semestre, será difícil viabilizá-lo (a privatização) este ano”. No ano que vem, que é um ano de eleição, o projeto encontraria dificuldade ainda maior. “É uma percepção pessoal”, destacou.
Ele continuará como membro do Conselho de Administração da companhia. Para isso, já fez solicitação ao Comitê de Ética Pública da Presidência da República. Disse que seu compromisso é fazer a transição em 45 dias para o novo presidente assumir, além de fechar o balanço de 2020.
O balanço de gestão inclui a redução de dívidas das controladas, diminuição do quadro de pessoal acima de 50% por meio de programas de demissão incentivada, profissionalização dos gestores por meio de processo público, redução de custos de 40%, desalavancagem da empresa para menos de duas vezes e meia, que é padrão reconhecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo Ferreira Junior, quase 63% das ações da Eletrobras pertencem à União, ao BNDES e a fundos da União. O restante, em torno de 90 mil acionistas, está espalhado pelas bolsas de Valores de São Paulo (B3), de Nova Iorque e de Madri. Ainda não há nome para substituí-lo no cargo. Ele foi convidado para substituir Rafael Grisolia no comando da BR Distribuidora.