*Coluna Semanal – Por Lahyre Rosado Neto – 13/03/21
Escrever sempre fez parte de minha vida. É uma espécie de terapia. Ao receber o convite para participar do time de colunistas do site Economic News Brasil fiquei lisonjeado. É realmente com muito prazer que participamos desse projeto para levar informação e opinião para os leitores.
Sou natural de Mossoró-RN, onde exerci dois mandatos como vereador e estive à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo da cidade entre 2017 e 2020. Ao longo da vida morei também em Natal, Brasília e no exterior. Sou graduado em comunicação social, tenho especialização na FGV/Brasília, estive no programa de Gestão Pública Contemporânea da Fundação Dom Cabral e hoje curso mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação na Universidade Federal do Sem-Árido-UFERSA.
O Brasil é um estado paternalista. Aqui, uma parte da sociedade espera que o Poder Público resolva toda sorte de problema, reclama muito (muitas vezes cobertos de razão) e se puder faz qualquer negócio para não contribuir com seus deveres como impostos e no cumprimento das Leis, até das mais básicas, como as de trânsito.
É comum ouvir que “o Brasil não é para amadores”. E não é mesmo. Sistema tributário, político e judiciário dão uma forcinha para piorar ainda mais o cenário. Nesse contexto, é difícil também para os governos implementarem políticas públicas. Se elas representarem mudança de postura, quebra de paradigmas, podem ter dificuldade para implementação. Se isso exigir esforço da sociedade, então, nem se fala.
Enquanto estive vereador, militei na oposição, o que de certa forma tornava meu trabalho mais fácil. As gestões às quais fiscalizei quando no legislativo eram conservadoras e pouco inovadoras, para não dizer algo mais depreciativo. Quando fui para o Executivo, pude experimentar as amarras da burocracia e as dificuldades para se implementar políticas públicas.
Se você fala em transformar, por exemplo, mercados públicos em locais de excelência para o comércio, tornando estes lugares em pontos turísticos, mas para isso exigir contrapartida dos comerciantes, como qualificação, mais organização, gestão profissionalizada dos espaços, pode ter sério problemas.
Se você quer fazer do ambiente de negócios da cidade mais competitivo, pode encontrar dificuldades nas associações de classe ou em outras instâncias de poder. Para envolver a academia e setor produtivo na criação de um parque tecnológico, por exemplo, enfrenta dificuldades que vão desde a burocracia ou vaidade nas instituições.
Uma política pública de desenvolvimento não está restrita à construção de um porto ou atração de uma grande empresa multinacional. O ambiente de negócios, infraestrutura de acesso e transporte, de saúde e educação está diretamente ligado a como se dá esse desenvolvimento.
Espero contribuir com o debate sobre um tema tão importante como o de políticas públicas. Aqui neste espaço vamos trazer o debate, mostrando exemplos de sucesso, sempre com equilíbrio e diálogo, tentaremos mostrar como boa vontade e competência podem fazer a diferença nos espaços produtivos, principalmente aproveitando a vocação econômica dos lugares.