O endividamento familiar no Brasil ainda é uma realidade expressiva. Mesmo com o país figurando como a 9ª melhor economia mundial, 12 milhões de famílias enfrentam dívidas diariamente. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em setembro, a proporção de lares com dívidas manteve-se em 77,4%, igual ao mês anterior.
A pesquisa da Peic mostrou um acréscimo de 0,3 ponto percentual de endividamento entre aqueles que ganham até três salários mínimos em relação a setembro de 2022. Surpreendentemente, 30,2% têm contas em atraso e 18,3% desses consumidores indicaram que não poderão saldar dívidas de meses passados.
O principal vilão das dívidas continua sendo o cartão de crédito, com 86,2% das famílias endividadas, indica a Peic. Esta modalidade teve um incremento de 0,6% em relação ao ano anterior, enquanto os juros do rotativo alcançaram uma média alarmante de 445,7% ao ano.
Lamounier ressalta que, para muitas famílias, o crédito é quase uma extensão do orçamento mensal, e que a possibilidade de parcelar compras acaba iludindo o consumidor sobre a realidade da dívida.
Ao longo do ano, o uso de cartão entre homens subiu 1,5%, mas entre as mulheres caiu 0,5%. Elas optaram por dívidas no consignado devido às taxas de juros mais amigáveis. Para uma gestão financeira saudável, é essencial planejar, evitar gastos desnecessários e adotar estratégias como a regra 50, 30, 20, que divide o orçamento em gastos fixos, variáveis e investimentos.
Lamounier conclui, destacando a importância de um planejamento anual sólido, de conhecer o mercado e de estabelecer metas claras para evitar futuros endividamentos.