A Marisa (AMAR3) enfrentou um salto de 92,4% no prejuízo líquido consolidado no terceiro trimestre de 2023, atingindo R$ 196,4 milhões. A estratégia da empresa de redução de estoques causou esse aumento expressivo. Dessa forma, houve um reflexo na receita líquida, que sofreu uma queda significativa de 50%, passando de R$ 634,8 milhões para R$ 316,4 milhões. Sendo assim, o foco da Marisa em produtos básicos como parte da recomposição mínima de estoque impactou também a saúde financeira da empresa.
A estratégia da varejista visando preservar o caixa resultou em uma queima de R$ 31,150 milhões no 3T23, conforme relatório apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No acumulado de janeiro a setembro, o caixa da Marisa diminuiu de R$ 241,2 milhões para R$ 210,1 milhões. Essa redução de disponibilidade de caixa também reverberou no endividamento líquido. Nesse sentido, mesmo com uma queda de 14% na dívida bruta, apresentou um aumento de 18%, alcançando R$ 448,5 milhões. Apesar dos desafios, a Marisa projeta uma normalização das atividades comerciais no quarto trimestre, destacando a reestruturação como um “período de transição”.
O comunicado da empresa transmite otimismo, ressaltando uma estrutura de capital mais adequada e um reforço no capital de giro como medidas para garantir uma normalização nas atividades comerciais. No entanto, a Marisa reconhece que ainda há trabalho a ser feito e reitera sua confiança nas projeções divulgadas para 2024. O desempenho financeiro da empresa levanta questionamentos entre investidores e analistas sobre a eficácia da estratégia adotada e as perspectivas reais de recuperação nos próximos trimestres.