O dólar comercial apresentou uma queda de 0,61% nesta segunda-feira (22), após acumular ganhos de 3% na semana anterior. A moeda norte-americana perdeu força em relação ao real e outras moedas emergentes devido a eventos políticos nos Estados Unidos e ajustes econômicos no Brasil.
No cenário internacional, a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de desistir de sua candidatura à reeleição influenciou o mercado cambial. A mudança gerou expectativas sobre a entrada de um novo candidato democrata, o que poderia equilibrar a disputa presidencial e reduzir o favoritismo do candidato republicano, Donald Trump.
Dólar comercial
Após três sessões consecutivas de alta, o dólar comercial fechou a R$ 5,569 na compra e R$ 5,570 na venda. No entanto, na B3, o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo recuou 0,71%, fechando a 5.578 pontos. Na sexta-feira anterior, o dólar à vista havia encerrado o dia cotado a R$ 5,604 na venda, registrando uma alta de 0,28% e acumulando um avanço de 3,20% na semana.
Impactos internacionais
A decisão de Joe Biden repercutiu globalmente, com a moeda norte-americana mostrando fraqueza não apenas frente ao real, mas também contra outras moedas emergentes, como o peso mexicano e o peso colombiano. O índice dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, registrou uma leve queda de 0,08%. Sendo assim, a moeda fechou em 104,31 pontos.
O real também se beneficiou da retomada das operações de carry trade. Investidores tomam recursos a taxas de juros baixas no exterior e reinvestem em países como o Brasil, onde as taxas de juros são mais altas. Na semana anterior, a valorização do iene japonês, devido a rumores de intervenção do Banco Central do Japão, afetou essas operações globalmente. Com o enfraquecimento do dólar nesta sessão, as operações de carry trade voltaram a favorecer o real.
Cenário Nacional
No cenário nacional, o governo federal divulgou o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, confirmando o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas do Orçamento de 2024. Esta medida visa conter o déficit primário do governo central, mantendo-o dentro do limite inferior da meta de déficit zero, projetado em R$ 28,8 bilhões.
Contudo, antes da divulgação do relatório, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Em uma entrevista a jornalistas de agências internacionais, Lula afirmou que o governo realizará bloqueios orçamentários sempre que necessário para garantir o equilíbrio fiscal. “Sempre que precisar bloquear, nós vamos bloquear”, afirmou o presidente.