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JBS reverte prejuízo e lucra R$ 1,72 bi no 2º trimestre de 2024

Resultado impulsionado pela queda nos custos de milho e soja

JBS
(Imagem: divulgação/JBS)
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(Imagem: divulgação/JBS)

A JBS (JBSS3), líder mundial na produção de carnes, anunciou um lucro líquido de R$ 1,72 bilhão no segundo trimestre de 2024. A empresa reveteu o prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impulsionado pelas operações de aves e suínos, beneficiadas pela queda nos custos de matérias-primas, como milho e soja.

O Ebitda ajustado da companhia atingiu R$ 9,88 bilhões, mais que dobrando em relação ao segundo trimestre de 2023. A maior parte desse resultado, cerca de 75%, veio das operações que processam frangos e suínos, incluindo Pilgrim’s Pride, Seara e JBS USA Pork.

“O resultado deste trimestre foi alcançado graças ao equilíbrio entre oferta e demanda, preços mais baixos das commodities e melhorias operacionais”, destacou o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.

Os preços do milho e da soja, fundamentais para a produção de ração, mantiveram-se próximos dos menores níveis em quatro anos na bolsa de Chicago. Esse cenário reflete as expectativas de boas colheitas nos Estados Unidos e em outros países, como o Brasil, o que trouxe alívio para os custos da JBS.

Seara

Gilberto Tomazoni enfatizou que, embora a redução dos custos tenha sido um fator importante, as melhorias operacionais implementadas também desempenharam um papel importantes nos resultados da companhia. Ele mencionou que a unidade de alimentos processados, aves e suínos da JBS no Brasil, a Seara, já superou desafios operacionais anteriores. No entanto, ainda existe um potencial de crescimento da empresa.

“A Seara já apresentou um Ebitda sólido, superando R$ 2 bilhões, mas acreditamos que ainda há espaço para melhorar, especialmente com o ajuste de preços, gestão de mix e distribuição”, afirmou Tomazoni.

Enquanto as operações de aves e suínos mostraram forte desempenho, o Ebitda da unidade de carne bovina da América do Norte, que contribui para o faturamento da JBS, caiu 65%. Apesar disso, a empresa conseguiu aumentar sua geração de caixa livre de R$ 1,26 bilhão no segundo trimestre de 2023 para R$ 5,5 bilhões no mesmo período deste ano.

 

 

O aumento na geração de caixa permitiu à JBS reduzir o nível de endividamento. A alavancagem em reais passou de 3,87 vezes no ano passado para 3,06 vezes no segundo trimestre de 2024. Em dólares, a desalavancagem foi ainda maior, com a dívida líquida diminuindo em mais de 1 bilhão de dólares, totalizando 14,8 bilhões de dólares.

De acordo com o CFO da JBS, Guilherme Cavalcanti, “a redução da dívida coloca a empresa em uma posição mais confortável para continuar seus planos de crescimento e gerar valor para os acionistas.”

Receita da JBS

Um dos pontos altos do trimestre foi o desempenho das unidades de carne bovina no Brasil e na Austrália. Os países estão em um ciclo positivo da pecuária, com maior oferta de gado e menores custos. Essa situação contrasta com a dos Estados Unidos, onde os altos custos do gado e a dificuldade de repassar preços continuam representando desafios.

Pela primeira vez, a JBS alcançou uma receita trimestral superior a R$ 100 bilhões, somando R$ 100,6 bilhões. É um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado por uma demanda sólida dos consumidores em diversos mercados onde a empresa atua.

Mesmo diante das dificuldades no segmento de carne bovina nos Estados Unidos, a JBS mantém uma perspectiva otimista. Gilberto Tomazoni observou que “o Brasil aumentou o volume de processamento de animais, com o consumo doméstico superando as exportações, o que mostra a elasticidade dos preços.”

A JBS também está avançando com o plano de dupla listagem de ações nos Estados Unidos, estratégia considerada essencial para liberar valor no mercado norte-americano. Contudo, a empresa aguarda a aprovação do regulador dos EUA (SEC) para seguir com o processo.

“Estamos em constante diálogo com a SEC, e assim que tivermos o sinal verde, vamos avançar com a assembleia de acionistas para votação”, afirmou Gilberto Tomazoni, destacando que a empresa não tem pressa, dado que os resultados atuais são positivos e as perspectivas futuras permanecem favoráveis.