A escalada da política de tarifas de Trump contra o Canadá reacendeu uma crise diplomática entre dois parceiros históricos. Durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Gyeongju, no sábado (01/11), o primeiro-ministro canadense Mark Carney confirmou ter pedido desculpas ao presidente dos Estados Unidos após uma campanha publicitária de Ontário provocar tensão entre os países.
O episódio levou Washington a impor um aumento de 10% nas tarifas alfandegárias e a suspender temporariamente as negociações comerciais bilaterais.
O que é a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec)?
A APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) é um fórum econômico regional com 21 economias-membro, criado em 1989 para promover o livre comércio, o investimento e o crescimento econômico sustentável na região da Ásia-Pacífico. Seus principais objetivos incluem acelerar a integração econômica regional, facilitar negócios, reduzir barreiras comerciais e harmonizar políticas econômicas entre os países-membros.
Vídeo de Donald Reagan ironizou imposição das tarifas de Trump contra o Canadá
O impasse teve origem em um anúncio divulgado pela província de Ontário, que usava declarações do ex-presidente Ronald Reagan sobre tarifas.
Confira o anúncio que causou a polêmica e intensificou a crise das tarifas de Trump contra o Canadá:
O governo americano acusou o material de distorcer o contexto e classificou o gesto como “jogo sujo”. “Sim, pedi desculpas ao presidente. O presidente se sentiu ofendido”, declarou Carney à imprensa, ao afirmar que os diálogos serão retomados apenas quando “Washington estiver pronto”.
Trump, por sua vez, confirmou a conversa e reforçou a crítica. “Gosto muito do primeiro-ministro Carney, mas o que eles fizeram foi errado”, disse o republicano a bordo do Air Force One. As novas tarifas de Trump contra o Canadá teve impacto imediato sobre as relações comerciais: o país é o segundo maior parceiro econômico e um dos principais compradores de aço e alumínio canadenses.
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A imposição das tarifas de Trump contra o Canadá ocorre em um momento de retomada da agenda protecionista americana, marcada pela ênfase em reequilibrar o comércio internacional.
Embora o Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC) mantenha parte das trocas isentas de tarifas, as medidas unilaterais de Washington geram incerteza entre exportadores e investidores. Economistas apontam que o aumento pode elevar custos industriais e pressionar setores de manufatura e transporte.
No plano político, o pedido de desculpas de Carney é visto como uma tentativa de contenção diplomática, para evitar que a crise ganhe proporções maiores. Analistas avaliam que a resposta rápida do premiê buscou demonstrar pragmatismo e preservar o espaço de negociação. Ainda assim, o episódio expõe a fragilidade da relação bilateral entre os países desde a imposição das tarifas de Trump contra o Canadá.
Entre pragmatismo e pressão econômica
A tensão em torno das tarifas de Trump contra o Canadá reforça a distância entre o discurso protecionista americano e a diplomacia econômica canadense.
Enquanto a fala de Carney na APEC tenta preservar o diálogo e proteger os setores exportadores, Washington sinaliza que seguirá endurecendo a política comercial. O desfecho da disputa servirá como termômetro para a estabilidade do T-MEC e para a capacidade de ambos os governos de manter uma parceria essencial em meio a agendas cada vez mais nacionalistas.










