Como equilibrar o crescimento do turismo, setor em plena ascensão no Brasil desde o abrandamento da pandemia de Covid-19, em meados de 2022, com as demandas de um setor que a cada dia busca mais se adequar à sustentabilidade?
A pergunta carece de uma longa e aprofundada resposta, mas, nas entrelinhas, ela pode começar a ser respondida através de pequenos exemplos colhidos no dia a dia das comunidades tradicionais, disseminando ainda boas práticas e as culturas da preservação e do pertencimento das comunidades em relação aos locais onde vivem.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), há uma projeção de crescimento da ordem de 2,5% no setor prevista para o ano de 2023. Mas um outro questionamento embutido almeja descobrir se, afinal, os principais envolvidos nas atividades turísticas têm procurado garantir que os esperados – e salutares – ganhos econômicos sejam contrabalanceados ante fatores como sustentabilidade ambiental, cultural e econômica, em especial dos habitantes do litoral.
Nessa direção, diálogos e ideias a respeito do turismo sustentável e suas perspectivas foram amplamente disseminados no 13º Encontro Sesc Povos do Mar, que ocorreu de 18 a 22 de junho. Fosse em roda de discussões ou ainda compartilhando experiências práticas, a temática quase sempre esteve em evidência nos cinco dias de programação que envolveram mais de 200 comunidades do litoral, de 25 municípios, com uma proposta de realizar uma grande troca de vivências, práticas, sabores e saberes tradicionais.
Resgate às tradições pela Gastronomia
Uma dessas iniciativas, das mais simples e artesanais, encontradas nos estandes da Feira da Agricultura Familiar e Artesanal Quilombola do Encontro Sesc Povos do Mar, montada no Hotel Ecológico Sesc Iparana, foi a do Condado Ecoturismo. Localizada em uma reserva extrativista e comandada pelo casal Roberto e Rosiane Lago, a casa familiar recebe visitantes de todo o Brasil e de outros lugares do mundo. A proposta é estabelecer um resgate às tradições por intermédio das plantas alimentícias ou nutricionais. E mais que isso: disseminar essa cultura aos visitantes do povoado onde vivem 400 famílias. Dez destas, de acordo com Roberto, já replicam esses hábitos. O que, espera o casal, seria interessante também que se prolongasse aos turistas que por ali pousam.
“Hoje a gente tem um trabalho com panificação, com gastronomia, botando as plantas dentro das carnes e os temperos. Acho que é uma ida para o futuro, resgatando essas tradições. Porque o alimento resiliente, nutricional, está todo no chamado mato”, explica Roberto Lago.
Roda de Saberes
No Encontro promovido pelo Sesc Ceará, outra oportunidade para debater a urgência de conscientizar o público acerca do futuro a longo prazo da indústria do turismo – o que, em consequência, pode criar empregos e crescimento econômico permanente – foi concretizada pela Roda de Saberes, que estabeleceu conexões entre a prática e a teoria no cotidiano das comunidades costeiras do Estado.
Nessas ocasiões, entre as ações comunitárias de preservação ambiental estava a proposta da Fossa Bio Séptica, ideia formulada pela Fundação Brasil Cidadão, a partir da necessidade de dar vazão à crescente ampliação da rede de esgoto das praias de Icapuí, município do Litoral Leste do Ceará, que recebe mais e mais turistas a cada ano.
Para Elismar Santos, coordenador do Fundação, que trabalha esse e outros projetos em educação, cultura, tecnologia e meio ambiente junto às comunidades tradicionais daquela região, essas vivências fazem parte do dia a dia das comunidades que vivem, já em grande parte, do turismo.
extrativista e comandada pelo casal Roberto e Rosiane Lago, a casa familiar recebe visitantes de todo o Brasil e de outros lugares do mundo. A proposta é estabelecer um resgate às tradições por intermédio das plantas alimentícias ou nutricionais. E mais que isso: disseminar essa cultura aos visitantes do povoado onde vivem 400 famílias. Dez destas, de acordo com Roberto, já replicam esses hábitos. O que, espera o casal, seria interessante também que se prolongasse aos turistas que por ali pousam.
“Hoje a gente tem um trabalho com panificação, com gastronomia, botando as plantas dentro das carnes e os temperos. Acho que é uma ida para o futuro, resgatando essas tradições. Porque o alimento resiliente, nutricional, está todo no chamado mato”, explica Roberto Lago.
Roda de Saberes
No Encontro promovido pelo Sesc Ceará, outra oportunidade para debater a urgência de conscientizar o público acerca do futuro a longo prazo da indústria do turismo – o que, em consequência, pode criar empregos e crescimento econômico permanente – foi concretizada pela Roda de Saberes, que estabeleceu conexões entre a prática e a teoria no cotidiano das comunidades costeiras do Estado.
Nessas ocasiões, entre as ações comunitárias de preservação ambiental estava a proposta da Fossa Bio Séptica, ideia formulada pela Fundação Brasil Cidadão, a partir da necessidade de dar vazão à crescente ampliação da rede de esgoto das praias de Icapuí, município do Litoral Leste do Ceará, que recebe mais e mais turistas a cada ano.
Para Elismar Santos, coordenador do Fundação, que trabalha esse e outros projetos em educação, cultura, tecnologia e meio ambiente junto às comunidades tradicionais daquela região, essas vivências fazem parte do dia a dia das comunidades que vivem, já em grande parte, do turismo.
“A gente tenta abrir as caixinhas e colocar essas mensagens da necessidade de proteger esses ecossistemas, até como fonte de renda para essas famílias do mar”, comentou, informando que foi a 10ª vez que a Fundação participa do Povos do Mar.
