Às vésperas do segundo turno das eleições na Argentina, a incerteza sobre o resultado tem preocupado agentes financeiros no país e em nações vizinhas, incluindo o Brasil. Embora as pesquisas apontem o candidato de extrema-direita, Javier Milei, à frente do peronista Sergio Massa, a possibilidade de um empate técnico mantém o cenário instável. Além de quem será o vencedor, analistas buscam antecipar as possíveis medidas de cada candidato e como elas afetariam os mercados.
Atualmente, fundos, como o multimercado Gauss Zaftra, enfrentam o desafio de traçar estratégias em meio à incerteza eleitoral. Considera-se a opção de criar posições em renda fixa argentina, levando em consideração a precificação de um possível calote na dívida soberana. A saída de Patrícia Bullrich da disputa causou “pessimismo exagerado”, segundo a Gauss, que cogita também posições em ações argentinas. No entanto, a complexidade aumenta, pois é difícil determinar qual candidato seria mais favorável para essas posições.
A gestora Exploritas também vê oportunidades na renda fixa argentina, destacando bonds soberanos de províncias como Córdoba e Buenos Aires. A análise política é conduzida por algoritmos, que buscam entender o cenário por meio de dados passados e informações disponíveis em redes sociais. O comparecimento dos eleitores torna-se uma variável crítica, com o desempenho de Milei nas primárias ligado a um nível menor de participação. O cenário político incerto e as estratégias de investimento estão desafiando os fundos em meio à complexidade das eleições argentinas.