Pequenos negócios do Rio de Janeiro têm encontrado dificuldades consideráveis para acessar crédito junto a instituições financeiras, conforme revelou uma pesquisa recente do Sebrae-RJ. Segundo o levantamento, 61% das solicitações feitas em 2020 foram negadas, enquanto apenas 27% foram aprovadas. A dificuldade de crédito, uma questão recorrente entre os empresários fluminenses, continua sendo um obstáculo significativo para a recuperação e manutenção dessas empresas.
Causas da Rejeição do Crédito
Conforme Guilherme Reche, analista do Sebrae-RJ, a principal barreira para os pequenos empresários é a combinação de uma alta demanda e de programas emergenciais insuficientes para atender a todos. “Os programas não foram capazes de suprir a enorme demanda”, explicou Reche. Muitos empresários buscaram crédito não apenas para ampliar o capital de giro, mas também para cobrir despesas essenciais, como aluguel e fornecedores.
Relacionamento e Garantias: Dois Fatores Críticos
A pesquisa também destacou que a falta de garantias complementares e o baixo relacionamento com as instituições financeiras foram dois fatores críticos para a rejeição do crédito. Reche observou que empresas que mantêm uma relação próxima com os bancos tendem a ter mais facilidade na aprovação dos empréstimos, enquanto as micro e pequenas empresas, muitas vezes, enfrentam maiores dificuldades.
Propostas para Superar as Barreiras de Crédito
Taniara Castro, coordenadora do Sebrae-RJ, enfatiza a necessidade de novas linhas de crédito com condições mais favoráveis, como juros mais baixos e prazos de pagamento mais longos. Segundo ela, essas medidas seriam fundamentais para permitir que as pequenas empresas superem os desafios atuais e se restabeleçam no mercado.
Endividamento Crescente nas Pequenas Empresas
Outro aspecto alarmante é o crescente nível de endividamento entre as pequenas empresas fluminenses. De acordo com o levantamento, 63% dos negócios estão atualmente endividados, sendo que a maioria das dívidas está relacionada a impostos, taxas, aluguéis e fornecedores. Essa situação, que já era complicada antes da pandemia, foi exacerbada pela crise econômica atual.
Alternativa Pouco Explorada: Crédito por Maquininhas
Uma alternativa de crédito que surgiu em 2020 foi o uso das maquininhas, destinado a microempreendedores. Contudo, apenas 7% dos empresários fluminenses utilizaram essa opção. Reche apontou que, embora o programa seja democrático, as instituições financeiras ainda precisam se estruturar melhor para oferecer essa solução de maneira eficaz.
Impactos da Pandemia nos Pequenos Negócios
A pesquisa também mostrou que 66% das pequenas empresas precisaram alterar sua operação devido à pandemia, enquanto 17% interromperam suas atividades temporariamente. Apesar das adaptações, 80% dos empresários entrevistados registraram queda no faturamento, evidenciando os efeitos da crise. Apenas uma pequena parcela, 7%, conseguiu aumentar suas receitas durante o período.
Em conclusão, a pesquisa do Sebrae-RJ reforça que o crédito continua sendo um dos principais desafios enfrentados pelas pequenas empresas no Rio de Janeiro. A criação de novas linhas de financiamento e o apoio contínuo serão essenciais para permitir que esses negócios se recuperem e contribuam para o fortalecimento da economia local.