Economia brasileira: PIB apresenta leve retração no segundo trimestre

A análise do Monitor do PIB-FGV mostra que a atividade econômica brasileira registrou uma retração de 0,3% no segundo trimestre de 2021 em comparação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados. Em junho de 2021, houve um crescimento de 1,2% em comparação a maio. No entanto, na comparação anual, a economia cresceu 12,1% no segundo trimestre e 10,1% em junho.

Análise dos fatores sazonais

A análise sazonal inclui o período de janeiro de 2000 a junho de 2021. O ajuste sazonal adicional para 2020 e 2021 considerou os fatores sazonais de 2019 e o calendário atual. Se utilizarmos os fatores sazonais de 2000 a 2019, a variação do PIB no segundo trimestre de 2021 seria de -0,32%, ligeiramente inferior à observada. Em junho de 2021, a variação seria de 1,5%, superior aos 1,2% registrados. Isso indica que a pandemia pode ter influenciado os fatores sazonais, impactando as estatísticas econômicas.

Consumo das famílias

No segundo trimestre de 2021, o consumo das famílias cresceu 12,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Todos os componentes apresentaram crescimento pelo terceiro mês consecutivo, destacando-se os serviços (9,4%), produtos duráveis (48,4%) e semiduráveis (90,2%). Na série com ajuste sazonal, o consumo das famílias aumentou 0,8% em relação ao trimestre anterior.

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF registrou um crescimento de 35,2% no segundo trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O principal responsável por esse desempenho foi o aumento de 85,7% no componente de máquinas e equipamentos, impulsionado pelo crescimento de automóveis, caminhões e veículos em geral. Entretanto, na taxa trimestral dessazonalizada, a FBCF retraiu 2,2% em relação ao primeiro trimestre.

Exportação e Importação

As exportações cresceram 12,9% no segundo trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Todos os componentes da exportação apresentaram crescimento, exceto a agropecuária, que teve uma queda de 0,2%. Por outro lado, as importações apresentaram um crescimento de 37,6% no mesmo período, com todos os componentes registrando altas taxas de crescimento, especialmente serviços (23,4%).