O poder de compra dos brasileiros tem diminuído drasticamente nos últimos anos, influenciado pela inflação, tarifas e impostos elevados em diversos produtos. Daniel Toledo, advogado especializado em Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, comenta sobre a difícil situação econômica do país. Segundo ele, não é uma questão de falta de poder de compra, mas de impacto da economia brasileira no mercado internacional, o que afeta a flutuação do dólar.
Toledo ilustra essa realidade comparando o valor de compra de um Corolla no Brasil, considerado um item de luxo, com um Mercedes nos Estados Unidos, um produto premium. Para exemplificar, ele cita o orçamento de financiamentos de 60 meses para ambos os veículos. No Brasil, o Corolla tem uma entrada de US$ 1000,00 e taxa de 1,55% ao mês com isenção de juros nas três primeiras parcelas, iniciando os pagamentos em R$ 4 mil. Nos Estados Unidos, o Mercedes tem parcelas fixas de US$ 630.
Apesar dos valores convertidos serem semelhantes, destaca Toledo, a depreciação é um fator importante: após 60 meses, o Corolla valeria cerca de R$ 70 mil, tendo custado R$ 220 mil, representando uma grande perda financeira.
Toledo aponta que as altas taxas de juros no Brasil, que contribuem para a inflação, afetam negativamente a economia e a prospecção de negócios. Ele sugere que é o momento de investir na entrada de tecnologia no país, reduzindo os impostos de importação para atrair novas montadoras.
Assim, fica evidente que, embora os brasileiros tenham meios financeiros para adquirir itens de luxo, optam por modelos mais simples devido às altas taxas e impostos. Toledo atribui parte do problema às políticas brasileiras, como a alta tributação para financiar programas assistenciais, o que resulta em um sistema ineficaz e caro, sem um retorno positivo para a população.
