Na sua 244ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) enfrentou um cenário desafiador. Globalmente, condições menos favoráveis e incertezas devido à Covid-19 afetam as economias emergentes. Localmente, embora haja sinais positivos no mercado de trabalho brasileiro, a inflação ao consumidor continua a superar as expectativas, impulsionada tanto por fatores quanto pela inflação subjacente.
Inflação e Expectativas Econômicas
O cenário de inflação é complexo. As medidas de inflação subjacente estão acima do intervalo desejado, e as expectativas para 2022 e 2023, segundo a pesquisa Focus, estão em 5,4% e 3,5%, respectivamente. O Copom projeta inflação de 5,4% para 2022 e 3,2% para 2023, considerando uma taxa de câmbio de USD/BRL 5,45 e ajustes futuros na taxa de juros.
Riscos e Políticas Fiscais
O Comitê reconhece riscos em ambas as direções. A volatilidade nos preços das commodities e o cenário fiscal brasileiro, apesar de algumas melhorias, continuam a ser fontes de preocupação, com potenciais impactos na inflação e na estabilidade dos preços.
Decisão sobre a Taxa Selic
Diante desse cenário, o Copom decidiu, unanimemente, o aumento da Taxa Selic em 1,50 ponto percentual, alcançando 10,75% a.a. Esta decisão busca equilibrar a necessidade de controlar a inflação com a manutenção da estabilidade econômica e o fomento ao emprego.
Perspectivas Futuras e Estratégias do Copom
O Comitê indica uma possível redução no ritmo de ajuste da taxa Selic, refletindo os efeitos cumulativos do ciclo de aperto monetário. O Copom reafirma seu compromisso em perseguir o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas inflacionárias.
Votação e Perspectivas
A decisão aumento da Taxa Selic contou com o apoio unânime dos membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.