A pesquisa do instituto Kantar Ibope Media, divulgada no último mês de 2021, revelou que 6% dos brasileiros com acesso à internet já tiveram alguma forma de experiência no mundo do metaverso. De acordo com o instituto, o número equivale a aproximadamente 5 milhões de pessoas. E como isso pode impactar o varejo no país?
Com a forte migração de consumidores para o ambiente virtual forçada pelo início da pandemia, o varejo passou a compreender a importância de olhar com atenção para as novas tecnologias, indo além do e-commerce tradicional e abrindo caminho para mais uma possibilidade, o metaverso.
Segundo a Bloomberg Intelligence, o varejo utilizando a nova tecnologia deve ser responsável por movimentar cerca de US$ 800 bilhões até 2024, considerando que 2022 é o ano em que as grandes marcas do mundo começaram a investir pesado no novo espaço.
O tão comentado metaverso é a tendência da vez de 2022 no varejo, diz o CEO da empresa de tecnologia Codeby e autor do livro “Universo do E-commerce”, Fellipe Guimarães. “Geralmente, o metaverso se faz mais presente em jogos de videogame e mundos virtuais, por conta disso é normal que cause estranhamento inicial ao se deparar com o conceito junto de “Mercado” e “Marcas”. É importante entender o metaverso como um ecossistema coletivo, onde pessoas podem interagir e recriar suas experiências entre o mundo real e virtual”, ressalta o especialista.
Possibilidades
“No mundo da moda, marcas como Balenciaga, empresa espanhola referência em moda de luxo, já deram os primeiros passos para adentrar o Metaverso. No caso da Balenciaga, a empresa fechou um contrato de parceria com o Fortnite para emplacar suas peças no universo do mundo virtual. Recentemente a Gucci fez uma parceria com a Superplastic, disposta a investir no ambiente digital combinado com a venda de NFT. A loja se chamará Vault, e a marca de luxo promete que será uma loja conceito com um ‘ar de magia’. Ou seja, há muito o que explorar nesse novo universo, e o varejo certamente irá se beneficiar”, ressalta Guimarães.
A consultoria Gartner prevê que até 2026 um em cada quatro usuários de internet vai gastar ao menos uma hora por dia navegado nos mundos virtuais, o que indica o imenso potencial das tecnologias de realidade virtual e aumentada (RV e RA) de modificar a forma como os clientes irão comprar e se relacionam no varejo eletrônico.
Se ainda pode estranho para a maioria dos consumidores é claro o interesse de entender melhor o que está acontecendo. De acordo com a consultoria eMarketer, 27% dos norte-americanos que usam a internet se interessam em testar a nova tecnologia para realizar compras de roupas, 23% para móveis e 22% para utilidades domésticas e produtos de tecnologia.
“É importante entender o metaverso como um ecossistema coletivo, onde pessoas podem interagir e recriar suas experiências entre o mundo real e virtual, ou seja, phygital.”, finaliza Guimarães.