Nos últimos anos, muitas empresas têm investido no treinamento de suas equipes, buscando aprimorar as competências de seus colaboradores, tanto em upskilling quanto em reskilling. No entanto, esse processo enfrenta desafios, especialmente quando os programas de capacitação não consideram a cultura interna da organização. Um estudo do Fórum Econômico Mundial revela que 55,4% dos empregadores ainda enfrentam lacunas de habilidades em suas equipes, mesmo oferecendo treinamentos para 62% de sua força de trabalho. Além disso, o engajamento dos funcionários nesses programas raramente ultrapassa 42%. Esse cenário exige uma reflexão profunda sobre como as empresas podem melhorar suas estratégias de treinamento de equipes e desenvolvimento.
Incentivo à Cultura de Aprendizagem no Treinamento de Equipes
Para Constanza Hummel, CEO e fundadora da Building 8, a maneira tradicional de entender o treinamento de equipes, onde o RH é o único responsável pelo desenvolvimento dos colaboradores, já não é mais suficiente. Em um ambiente de negócios em constante transformação, é essencial adotar um modelo mais colaborativo. Nesse novo formato, o RH, os líderes e até os próprios colaboradores precisam compartilhar a responsabilidade pelo desenvolvimento das equipes e do capital intelectual da organização. Nesse contexto, o colaborador ganha mais autonomia e se torna mais responsável pelo seu próprio desenvolvimento. Por outro lado, a empresa deve fornecer as ferramentas e a formação necessárias para que os líderes possam acompanhar e apoiar o crescimento individual dos seus times.
Treinamento de Equipes Alinhado às Estratégias Organizacionais
Os colaboradores têm mais chances de se engajar em programas de treinamento de equipes quando esses são relevantes para o seu trabalho diário e estão alinhados às metas da empresa. Muitas organizações ainda apostam em treinamentos tradicionais, que não se conectam às mudanças e necessidades da companhia. No entanto, para que um programa de treinamento seja eficaz, é necessário que ele seja dinâmico e personalizado, considerando o contexto da empresa, as necessidades do público e os objetivos específicos da organização. “Inovar por inovar pode ser custoso e pouco eficaz. O caminho mais assertivo é investir em soluções que atendam às reais demandas de cada colaborador”, afirma Constanza Hummel.
Desenvolvimento de Liderança no Treinamento de Equipes
Outro grande desafio das empresas é o desenvolvimento das lideranças dentro do contexto de treinamento de equipes. Sem a preparação adequada, muitos líderes enfrentam dificuldades em gerenciar suas equipes, principalmente com a implementação de novos modelos de trabalho, como o híbrido. Levantamentos realizados pela Gallup e Harvard Business Review indicam que 70% do engajamento dos colaboradores está diretamente relacionado à qualidade da liderança. Os líderes precisam ser capacitados não apenas para gerenciar, mas também para se tornarem embaixadores da cultura de aprendizagem dentro das organizações. Eles devem incentivar o aprendizado contínuo, promover o “lifelong learning” e compartilhar boas práticas dentro das equipes.
Monitoramento do Treinamento e Resultados
Embora muitas empresas implementem programas de treinamento de equipes, muitas delas falham em monitorar o progresso dos colaboradores após a conclusão dos cursos. Sem uma avaliação constante do impacto do treinamento na performance e no negócio, é impossível saber se os programas são realmente eficazes. “Sem métricas claras, a organização não consegue aprender com os resultados e tomar decisões assertivas para melhorar”, ressalta Constanza Hummel. A falta de acompanhamento pode resultar em insatisfação dos funcionários ou em estagnação do crescimento organizacional, o que prejudica o alcance de resultados.
Desafios do Treinamento no Modelo Híbrido
O modelo híbrido de trabalho tem criado novos desafios para as empresas no que diz respeito ao treinamento de equipes. Criar programas eficazes tanto para o formato presencial quanto para o remoto exige planejamento estratégico e uma adaptação das metodologias de ensino. Constanza Hummel sugere o modelo Phygital, que combina o melhor dos dois mundos, aproveitando a flexibilidade das plataformas digitais com o impacto das interações presenciais. “Esse modelo oferece uma gama de opções de aprendizado que podem ser acessadas de diferentes formas, facilitando o uso do conhecimento em tempo real”, conclui.
A adaptação às novas necessidades de aprendizado e o engajamento contínuo dos colaboradores são cruciais para o sucesso de qualquer organização. A abordagem colaborativa, treinamentos alinhados às estratégias empresariais e a capacitação das lideranças são elementos chave para superar os desafios e alcançar um desenvolvimento eficaz dentro das equipes.
