Seis empresas brasileiras de alimentos estão a caminho da Arábia Saudita para participar da feira Saudi Halal Expo, em Riad, a partir de hoje (7).
Organizada pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a missão é uma ação do projeto Halal do Brasil, convênio das instituições para promover o alimento nacional no mundo islâmico.
A missão conta com uma produtora de açaí (Petruz Açaí), um frigorífico de bovinos e ovinos (Come Sul), além de quatro traders de comércio exterior (Pantanal Trading, Garra Internacional, Nad Al Shiba e SCG), com portfólio de alimentos a granel e industrializados de empresas brasileiras.
“A expectativa é buscar conexões diretas com varejistas e importadores na feira, disponibilizando produto ‘Made in Brazil’, de valor agregado, atendendo aos valores do consumidor muçulmano”, explica Silvana Sheffel Gomes, diretora de marketing e conteúdo da Câmara Árabe.
De acordo com Silvana, a missão à feira saudita integra uma série de ações de promoção comercial para ampliar a exportação de produtos de valor agregado, pouco prevalentes na relação comercial entre o Brasil e o mundo muçulmano, que compra majoritariamente commodities alimentares, como açúcar, grãos, frutas e proteínas animais.
Em 2021, esses produtos lideraram a pauta de exportação brasileira aos 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), somando US$ 16,5 bilhões ou 7,2% do total de US$ 230,4 bilhões importados pelo bloco. O resultado posicionou o Brasil como o segundo fornecedor de gêneros alimentícios e bebidas à OCI, atrás somente da Índia.
Na avaliação da diretora da Câmara Árabe, apesar de representativo, o resultado poderia ter sido melhor se houvesse nos embarques brasileiros maior oferta de alimentos industrializados com certificação halal, que atesta manufatura conforme às tradições do islã, e funciona, na prática, como passaporte de acesso ao mundo muçulmano.
Por essa razão, a iniciativa Halal do Brasil prevê investimento conjunto de R$ 15,4 milhões nos próximos 30 meses em ações de promoção comercial em feiras de alimentos realizadas em países muçulmanos, mas também em subsídio a empresas brasileiras de alimentos interessadas em adotar certificação halal para seus produtos.
A meta é habilitar 500 fabricantes de alimentos e bebidas industrializados já em fase de internacionalização a participar do mercado mundial de alimentação halal.
Segundo o State of the Global Islamic Economy 2022, o setor reúne 1,9 bilhão de consumidores, movimenta US$ 1,267 trilhão por ano e deve crescer 7,1% até 2025.