Uma assembleia solicitada por 78 sindicatos ligados à Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), vista como um movimento para pressionar o atual presidente, Josué Gomes, a renunciar, não será convocada.
Em reunião da diretoria na segunda (7), Gomes afirmou que, pelo estatuto da federação, pedidos de assembleia devem ser acompanhados de motivos objetivos e detalhados. Segundo pessoas próximas do conflito, ele consultou juristas sobre o assunto.
A Fiesp diz que não comenta assuntos internos da entidade.
Pessoas que estavam na reunião descreveram o encontro como tenso. Dirigentes contra e a favor da realização da assembleia expuseram seus argumentos, sendo vaiados e aplaudidos ao mesmo tempo. Termos como “lavar a roupa suja”, “barraco” e “clima pesado” foram usados de lado a lado.
Dirigente de uma entidade que assinou o pedido diz entender que a assembleia é a instância adequada para discutir a insatisfação dos sindicatos com a atual gestão, uma vez que apenas seus representantes participam. Nas reuniões da diretoria, por outro lado, há convidados e os demais profissionais contratados que passaram a ocupar cargos de direção na gestão Gomes.
Esses cargos motivam parte da rusga entre os sindicatos e a atual administração. A razão central da insatisfação, dizem dirigentes, é que a gestão de Josué Gomes teria esvaziado a presença e influência dos sindicatos nos conselhos e nas diretorias, tradicionalmente ocupados por pessoas indicadas pelas entidades.
Atualmente, muitas das diretorias da federação são ocupadas por profissionais contratados. O atual presidente criou conselhos consultivos ele citou essa medida em sua explicação durante a reunião para descentralizar as decisões, antes concentradas na presidência.
As novas nomeações, bem vistas do lado de fora do prédio da avenida Paulista, desagradaram dirigentes antigos, acostumados a fazer suas indicações e a comandar setores da entidades.
Apesar de Josué Gomes ter recebido o apoio de Paulo Skaf, seu estilo de administração, citado por alguns como menos político e mais discreto que o do antecessor, deixou insatisfeitos. Skaf teria sido, em seus 17 anos à frente da federação, mais próximo dos presidentes e diretores de sindicatos.
A informação é do Yahoo Finanças.