A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), unidade São Caetano, divulgou na última semana, o perfil da inadimplência no Grande ABC. Segundo dados da CDL, SPC Brasil e Credits Brasil, em outubro de 2022, a maioria dos inadimplentes da região eram mulheres (50,30%). Além disso, em média, 16,15% dos jovens de 29 anos e 11,06% dos idosos apresentavam alguma restrição.
Na região, cada consumidor negativado devia em média R$ 4.744,40, totalizando todas as dívidas. Os dados também mostram que 27,89% dos consumidores tinham uma dívida de até R$ 500,00, percentual que chega a 40,64% quando a dívida é até R$ 1.000,00. Outro ponto é que 31,36% das dívidas tem entre 1 e 3 anos de vencidas. A maior parte das dívidas são do sistema financeiro (73,60%), seguidas pelas contas de luz e água (10,88%).
Para o presidente da CDL São Caetano, Alexandre Damásio Coelho, os números refletem uma série de problemas, como a falta de educação financeira, facilidade de crédito devido ao aumento de clientes bancarizados e o aumento do consumo.
“Neste mês de outubro, pudemos verificar o aumento de endividamento do idoso, aquele que hoje recebe o LOA, aposentadoria, e que consegue fazer um empréstimo. Isso, somado à falta de educação financeira, acaba comprometendo o idoso. Além disso, também vemos um aumento do consumo e menor educação financeira também entre os jovens, principalmente entre aqueles que estão iniciado as atividades remuneradas”, comentou Alexandre Damásio, sinalizando que os dados evidenciam a necessidade da região implementar políticas públicas de regularização e incentivos visto que o ABC é o menos endividado da região metropolitana.
O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo da Silva, alerta para necessidade de investimentos públicos e privados e a geração de empregos para a diminuição da inadimplência.
“O cenário só irá melhorar com um forte planejamento e ações voltadas ao desenvolvimento econômico e social da região. Fortalecer a Indústria, adequar a legislação, incentivar o médio e pequeno comerciante, é parte do processo, contudo, sem uma política estadual e federal clara e coordenada, o caminho é mais difícil”, disse Aroaldo da Silva.