As Forças Armadas chinesas afirmaram, durante o segundo dia do Congresso Nacional do Povo, o evento político anual mais importante da China, que o país precisa fortalecer seus investimentos em combate urbano e melhorar sua capacidade estratégica e de logística para tomar Taiwan, considerada pela China como uma ilha separatista. O general Ma Yiming, que também é deputado do Partido Comunista, disse que “As Forças Armadas devem melhorar sua capacidade estratégica para realizar a reunificação nacional. A China deve fortalecer a pesquisa sobre questões específicas, como operações urbanas e apoio”.
No dia anterior, o governo chinês anunciou um aumento de mais de 7,2% nos gastos militares e alertou para a elevação de ameaças em várias frentes, incluindo Taiwan e a intensificação da rivalidade com os EUA. Zhang Youxia, vice-presidente do Comitê Militar Central, órgão do Congresso do Partido Comunista responsável por definir as diretrizes das Forças Armadas, disse que “devemos concentrar nossos esforços nos preparativos para a guerra”. Os comentários refletiram os do premiê Li Keqiang em relatório apresentado no primeiro dia do evento, que afirmou que “As Forças Armadas devem intensificar o treinamento militar e a preparação em todos os setores”.
Pequim vê Taiwan como parte da China e nunca descartou o uso da força para retomar o controle como parte do “grande rejuvenescimento da nação chinesa” até 2049, ano do centenário do governo comunista da China. A maioria dos países, incluindo os EUA, não reconhece a ilha como um Estado independente.
De acordo com um estudo apresentado no começo do ano no PLA Daily, diário oficial do Exército, houve um aumento de investimentos em preparativos para a “guerra urbana” em Taiwan. O estudo menciona a “criação de cidades fictícias nas bases de treinamento incluíram estruturas semelhantes ao prédio do Gabinete Presidencial em Taipé e o estudo do uso de drones na guerra urbana”. O relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos EUA, afirma que nas últimas décadas, o Exército chinês “aumentou seu treinamento e preparação para guerras urbanas”, nas quais tem “experiência limitada”. O texto ainda alerta que a reunificação com Taiwan poderia envolver combates intensos nas cidades taiwanesas, uma campanha arriscada, dado que mais de 90% da população de Taiwan vive nas cidades.
Fonte: Agência Estado