Redução do teto de juros de 2,14% para 1,7% leva dez grandes bancos a suspenderem a concessão de empréstimos consignados aos beneficiários do INSS e cartões aos aposentados.
A decisão do governo de reduzir o teto dos juros de empréstimos consignados para beneficiários do INSS de 2,14% para 1,7% gerou reações imediatas no mercado financeiro. Dez dos principais bancos do país anunciaram a suspensão da concessão de crédito consignado aos beneficiários do INSS e também de cartões aos aposentados.
Os bancos que suspenderam a oferta de empréstimos consignados são: BMG, Pan, Banrisul, Mercantil, Daycoval, Facta, Olé, Itaú, C6 e Bradesco. Juntos, eles representam 70% do volume total de empréstimos concedidos aos aposentados.
A avaliação do mercado é que a nova taxa de juros torna inviável a concessão do empréstimo. Especialistas acreditam que a medida pode levar a um desequilíbrio no setor financeiro, com impactos negativos para a oferta de crédito aos aposentados e pensionistas. Além disso, a suspensão pode afetar a economia como um todo, já que a restrição de crédito reduz o consumo e a circulação de dinheiro.
O empresário Geldo Machado, presidente do Sinfac (CE PI MA RN) e da Câmara Setorial do Mercado Financeiro da Fecomércio-CE, vê com otimismo a possibilidade de um entendimento entre governo e bancos.
“é provável que se busque uma resolução que beneficie os aposentados e permita que os bancos não tenham prejuízos, garantindo um equilíbrio no setor e favorecendo todas as partes envolvidas”, disse Machado com exclusividade ao Economic News Brasil.
A decisão do governo de reduzir o teto de juros foi tomada com o objetivo de aliviar o endividamento dos aposentados e pensionistas, protegendo-os de práticas abusivas de cobrança. No entanto, a reação dos bancos mostra que a medida pode ter efeitos colaterais indesejados.
Diante desse cenário, é possível que o governo e os bancos entrem em negociação para encontrar um meio termo que possa atender às necessidades de todas as partes envolvidas. Enquanto isso, os beneficiários do INSS e aposentados que necessitam de crédito consignado deverão buscar outras alternativas para enfrentar suas despesas e compromissos financeiros.
A medida entrou em vigor hoje.