O cenário econômico atual mostra um aumento preocupante no endividamento das micro e pequenas empresas no Brasil. De acordo com a pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE, três em cada dez dessas empresas possuem dívidas em atraso, um quadro que se agrava ainda mais entre os microempreendedores individuais (MEI).
Entre os MEIs, 63% comprometem 30% ou mais da renda mensal com o pagamento de dívidas, enquanto 55% das micro e pequenas empresas também enfrentam essa situação. Esse endividamento excessivo tem sufocado os pequenos negócios e prejudicado a capacidade de expansão e contratação de novos funcionários, além de comprometer a estabilidade financeira desses empreendedores.
Os principais fatores que contribuem para esse cenário incluem a alta carga tributária, a burocracia excessiva, a falta de acesso a crédito e os juros elevados. Além disso, a pandemia de COVID-19 também afetou diretamente o funcionamento e a lucratividade de muitos negócios, dificultando ainda mais a quitação das dívidas.
Especialistas alertam que esse endividamento crescente pode gerar um efeito cascata na economia, já que micro e pequenas empresas representam uma parcela significativa do PIB brasileiro e são responsáveis pela geração de empregos no país. Além disso, a inadimplência pode levar a uma redução nos investimentos e a um ciclo vicioso de endividamento.
Diante desse cenário, o Sebrae e outras instituições têm buscado oferecer soluções e alternativas para ajudar os pequenos empreendedores a superar esses desafios financeiros. Entre as iniciativas, estão a oferta de cursos e capacitações em gestão financeira, a facilitação do acesso a crédito e a promoção de políticas públicas que possam reduzir o impacto da carga tributária.
O governo também tem um papel fundamental no enfrentamento dessa questão, devendo promover reformas estruturais que possam simplificar a legislação tributária e diminuir a burocracia. Além disso, é essencial incentivar a abertura de linhas de crédito com taxas de juros mais baixas, para que os pequenos negócios possam equilibrar suas finanças e retomar o crescimento sustentável.
*Opinião – Artigo Por Jackson Pereira Jr., empreendedor, diretor do BNTI, fundador e CEO do Economic News Brasil.
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