As leis que preveem a remuneração de conteúdo jornalístico pelo Google e pela Meta estão se espalhando pelo mundo e preocupando as plataformas de internet. Desde a implementação do código de barganha na Austrália em 2021, empresas jornalísticas faturaram aproximadamente US$ 200 milhões. Conforme publicado pela Folha de São Paulo, no Canadá, a versão da lei em tramitação no Parlamento pode render até US$ 245 milhões por ano, segundo estimativas.
No Brasil, entidades setoriais como Abert, Aner e ANJ, que representam os principais veículos de mídia, como a Globo e a Folha, estão buscando a inclusão do modelo no PL 2630, projeto de lei das fake news, que é prioridade do Executivo e está em discussão no Congresso.
Na Austrália, o maior beneficiado foi a gigante News Corp, do bilionário Rupert Murdoch, que fechou um acordo de três anos estimado em US$ 150 milhões. Entretanto, Rod Sims, ex-presidente da Comissão de Consumo e Concorrência da Austrália e idealizador do modelo, divulgou um relatório mostrando que quase todos os veículos de mídia habilitados no país fecharam acordos com o Facebook e o Google, inclusive os menores.
De acordo com Sims, a Country Press Australia, associação que reúne 160 publicações pequenas e regionais, recebeu um dos maiores valores por jornalista empregado. Ele estimou que o código de barganha gerou cerca de US$ 200 milhões por ano de pagamento às publicações australianas.
A expansão dessas leis de remuneração de conteúdo jornalístico representa um desafio significativo para gigantes da internet como Google e Meta, que estão diante da necessidade de negociar acordos com veículos de comunicação ao redor do mundo. Por outro lado, a aprovação dessas leis pode trazer um impulso financeiro importante para o setor jornalístico, especialmente em tempos de crise econômica e desinformação crescente.











