A discriminação contra trabalhadores mais velhos tem se tornado um problema cada vez mais preocupante, superando até mesmo a discriminação de gênero no ambiente de trabalho. A especialista Lynda Gratton, professora da London Business School e autora de diversos livros sobre o futuro do trabalho, chama a atenção para a necessidade de enfrentar essa discriminação, também conhecida como “idadismo”.
Durante um evento em Lisboa, Gratton salientou a importância de desenvolver estratégias para integrar e valorizar os trabalhadores mais velhos, tal como foi feito com as mulheres nas últimas décadas. Ela enfatiza a necessidade de estabelecer métricas, objetivos e políticas de inclusão específicas para essa parcela da força de trabalho.
A discriminação por idade é alarmante, com estudos nos EUA mostrando que 75% das pessoas com mais de 50 anos relatam já terem sido discriminadas por sua idade. Estereótipos negativos e infundados, como a suposição de que pessoas mais velhas não têm interesse em aprender ou desenvolver habilidades digitais, contribuem para esse cenário.
A questão se torna ainda mais crítica diante do envelhecimento e da redução da população em diversos países europeus, como Portugal. Nesse contexto, as empresas devem repensar a integração de trabalhadores com mais de 50 anos e aproveitar sua experiência e conhecimento.
Gratton também destacou no evento a importância da flexibilidade no trabalho, tanto em relação ao local quanto ao horário. Essa abordagem pode beneficiar especialmente os trabalhadores mais velhos, que buscam equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais.
Diante de um futuro em que a expectativa de vida aumenta e as carreiras se tornam mais longas, Gratton defende que é essencial abordar a discriminação por idade no ambiente de trabalho, a fim de garantir oportunidades justas e igualitárias para todos, independentemente de sua idade.