Após uma leve retração em fevereiro, o mercado imobiliário de Portugal apresentou sinais de recuperação em março. O valor mediano de avaliação bancária dos imóveis subiu ligeiramente, com um aumento de cinco euros, ou 0,3%, totalizando 1483 euros por metro quadrado, conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Essa recuperação ocorre após uma queda de sete euros no mês anterior. Em termos anuais, a variação ficou em 11,4%, abaixo dos 12,5% observados anteriormente.
Aumento nos Pedidos de Avaliação Bancária
Em março, os pedidos de avaliação bancária para financiamento de imóveis registraram um crescimento de 6,6%, totalizando 21.660 solicitações. Dentre essas, 14.045 avaliações foram para apartamentos e 7.615 para casas. Embora o número de solicitações tenha subido em relação ao mês anterior, ele ainda está 32,4% abaixo dos números de março de 2022. Esses dados indicam que, apesar da recente recuperação, o mercado imobiliário português continua enfrentando desafios importantes.
Impacto da Inflação e das Taxas de Juros
O ano de 2022 foi marcante para o setor, com um recorde de 167.900 transações imobiliárias e uma alta de 12,6% nos preços das habitações. Contudo, a segunda metade do ano viu uma desaceleração de 9,6% no número de vendas, sugerindo que a inflação elevada e o aumento das taxas de juros começaram a impactar o mercado de forma mais acentuada no final de 2022.
Desigualdade Regional nos Valores Imobiliários
As variações nos valores dos imóveis em Portugal foram significativas entre as diferentes regiões. A Região Autónoma da Madeira apresentou o maior aumento nos preços, com uma alta de 1,3% por metro quadrado, enquanto a Região Autónoma dos Açores registrou a maior queda, de 2,6%. As regiões com os preços mais altos para apartamentos e casas foram o Algarve e a Área Metropolitana de Lisboa, ao passo que o Alentejo continuou a apresentar os valores mais baixos.
Desafios e Perspectivas para o Mercado
Mesmo com a recuperação observada em março, o mercado imobiliário português permanece sob pressão devido à persistência da inflação e ao aumento das taxas de juros dos financiamentos habitacionais. A demanda por imóveis, tanto por compradores locais quanto por investidores estrangeiros, tem mantido o setor em movimento. No entanto, os desafios econômicos globais, juntamente com possíveis alterações nas políticas governamentais, serão fatores determinantes para o ritmo de recuperação nos próximos meses.
O mercado imobiliário de Portugal demonstra uma resiliência considerável, mas é fundamental seguir acompanhando as mudanças econômicas para assegurar uma trajetória de recuperação sustentável e estável.