*Por Vilmar Ferreira, CEO do Grupo Aço Cearense.
Não acredito que o presiden- te do Banco Central, Campos Neto, seja incapaz de entender que, para reduzir a inflação, a ferramenta ideal com menos impactos na economia seria a valorização do Real em vez de um processo recessivo com aumento dos juros. Que, sem dúvidas, geram grandes impactos negativos não só para a economia como para a sociedade em geral.
Nossa moeda valorizada é algo indispensável para re- duzir os preços dos produtos importados, dos insumos da cadeia produtiva e dos imple- mentos agrícolas. Também dos custos com logística. O Real valorizado trará queda da inflação, justificando a queda dos juros no modelo do atual presidente do BC.
A política monetária baseada em juros menores evitaria que os altos custos financeiros subtraiam boa parte dos resultados das empresas e uma fa- tia da renda da massa consu- midora, mitigando também o crescimento da dívida pública.
O governo e o setor produti- vo jamais deveriam admitir a prática de se reduzir a inflação com juros altos. Ou seja, com recessão. Cabe lembrar que essa estratégia equivocada não é interessante sequer para o mercado financeiro. Afinal, a Selic mais baixa melhora as condições de obter melhores lucros em escala e sem o es- tresse da inadimplência e das recuperações judiciais.
Os juros reais do Brasil, hoje os mais altos do mundo, cons- piram contra o crescimento econômico, os investimentos e a geração de empregos. Contribuem para o crescimen- to da miséria e violência.
*Opinião – Artigo Por José Vilmar Ferreira, CEO do Grupo Aço Cearense.
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