O cenário de corporate venture capital (CVC) vem se consolidando no país. Uma análise do Distrito destaca que os aportes empresariais em startups brasileiras se mantiveram relativamente estáveis no último ano, em 2022 foram 95 acordos, totalizando US$ 797,9 milhões de dólares.
Embora o volume investido seja inferior ao de 2021 (que foi de US$ 835,5 milhões), a participação das empresas no total de aportes aumentou. “Em 2022, as rodadas que tiveram a participação de corporações representaram 16,94% do volume total investido, um grande aumento em relação ao ano anterior, no qual apenas 7,99% do investimento total de risco no Brasil foi em CVC”, disse Eduardo Fuentes, Head of Research do Distrito, em entrevista a Época Negócios.
Esses números refletem uma realidade recente no Brasil, já que 72,7% dos fundos de investimento corporativos foi criada recentemente, entre 2020 e 2022. O Distrito lembra que apenas nesse último ano, 13 companhias nacionais listadas em bolsas de valores lançaram projetos de corporate venturing. Juntas, elas anunciaram que pretendem destinar pouco mais de R$ 3 bilhões para empreendimentos tech.
“Isso demonstra o crescimento dessa modalidade de investimento entre as grandes companhias e sua consolidação como um dos pilares da inovação aberta”, acrescenta Fuentes.
Apesar da boa evolução do CVC ao longo dos anos, mas com o cenário econômico de juros mais altos, o primeiro trimestre do ano chegou ao fim com uma queda de 86% em novos aportes nas startups brasileiras, na comparação com o mesmo período de 2022. Segundo o Inside Venture Capital Report, relatório também desenvolvido pela plataforma Distrito, no mesmo trimestre do ano passado, o setor contabilizou 306 rodadas e US$ 1,7 bilhões em investimentos.
