A confiança das empresas estrangeiras na China atingiu um patamar histórico de baixa, conforme revelado por uma pesquisa realizada pela Câmara de Comércio da União Europeia na China. Cerca de dois terços dos participantes afirmaram que os negócios se tornaram mais difíceis no último ano, representando um aumento em relação ao ano anterior e marcando o menor crescimento registrado desde o início das pesquisas. Além disso, uma parcela significativa dos entrevistados considera transferir seus investimentos para fora da China devido às preocupações com a desaceleração econômica e às tensões comerciais.
A desaceleração econômica chinesa foi citada como um dos principais desafios, juntamente com a fragilidade da economia global e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Os resultados da pesquisa destacam a necessidade das empresas monitorarem cuidadosamente as sanções aplicadas à China devido às tensões com o Ocidente.
“Empresas europeias estão enfrentando crescente pressão política da China, da Europa e de outros atores, enquanto as demandas dos consumidores se tornam cada vez mais politizadas”, afirmaram os autores do estudo.
Os dados recentes indicam que a esperada recuperação da economia chinesa após o fim da estratégia de tolerância zero em relação à COVID-19 não se sustentou. A desaceleração econômica persistiu em maio, com um declínio significativo no crescimento das vendas no varejo e um mercado imobiliário fraco. Além disso, o desemprego entre os jovens continua elevado.
Diante do enfraquecimento da economia, os líderes chineses estão buscando promover o país como um local seguro para investimentos estrangeiros. No entanto, as empresas europeias esperam medidas concretas para fortalecer a confiança.
A pesquisa, realizada entre fevereiro e março, contou com a participação de 570 membros da Câmara de Comércio, que possui aproximadamente 1,7 mil empresas associadas. Embora nem todas as perguntas tenham sido respondidas por todos os entrevistados, os resultados refletem a preocupação crescente das empresas estrangeiras em relação à situação econômica da China e às tensões comerciais.
