O Casino Guichard-Perrachon, controlador do Grupo Pão de Açúcar GPA (PCAR3) no Brasil, divulgou hoje que recebeu duas propostas para fortalecer sua base de capital, em resposta ao risco de inadimplência enfrentado pela varejista francesa. Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a empresa detalhou as ofertas rivais que pretende submeter aos credores amanhã, revelando também as expectativas de diluição acionária.
A primeira proposta é liderada pela EP Global Commerce e pela Fimalac, empresas de investimento representadas pelos bilionários Daniel Kretinsky e Marc Eugène Charles Ladreit, respectivamente. Segundo a proposta, um montante total de 1,35 bilhão de euros seria investido na empresa, com 860 milhões de euros provenientes dos magnatas e 200 milhões de euros dos acionistas atuais. Os 290 milhões de euros restantes seriam oferecidos pelos detentores de dívida não segurada.
No lado oposto, os empresários Matthieu Pigasse, Xavier Niel e Moez-Alexandre Zouari uniram forças na 3F Holding para apresentar a segunda proposta. Com um aporte de 900 milhões de euros, o plano inclui a conversão de 300 milhões de euros da dívida segurada da Casino em capital, diferentemente da proposta concorrente, que prevê a conversão de 1,5 bilhão de euros.
A dívida bruta garantida do Casino, ao final do último trimestre, excedeu o limite estabelecido nos termos da linha de crédito rotativo, o que levou a empresa a iniciar negociações de reestruturação com os credores. A expectativa é de que os resultados dessas negociações sejam apresentados nesta quarta-feira, quando detalhes das ofertas serão revelados.
No mercado financeiro, a ação do Casino teve uma valorização significativa, subindo 16,2% na Bolsa de Paris, alcançando 4,57 euros. Entretanto, ações do Casino Guichard Perrachon, controlador do Pão de Açúcar (PCAR3), registraram um recorde de baixa na segunda-feira, com uma queda de 21%. Atualmente, os papéis do Casino estão sendo negociados a €3,85, representando uma diminuição de 5% em relação ao pregão anterior.
Com a necessidade de solucionar sua situação financeira, o Casino busca uma saída para evitar a inadimplência até o final de agosto, que poderia acarretar o não cumprimento de outras dívidas da empresa. As propostas recebidas oferecem um fôlego financeiro para a varejista francesa, que analisará as ofertas e as submeterá aos credores, buscando a melhor alternativa para sua reestruturação e recuperação econômica.
