A Azul Linhas Aéreas anunciou o levantamento de aproximadamente US$ 800 milhões, o equivalente a R$ 3,83 bilhões, por meio da emissão de novos títulos de dívida seniores. A empresa havia divulgado a informação em um fato relevante ao mercado e acionistas no dia anterior.
Os recursos obtidos com essa nova emissão de títulos serão utilizados para fortalecer o caixa da Azul, marcando o encerramento do processo de reestruturação financeira da companhia aérea, iniciado durante a crise sanitária.
Os títulos têm vencimento em 2028 e possuem prioridade no recebimento, além de garantias representadas pelos recebíveis gerados pelo programa de fidelidade TudoAzul, pela agência de turismo Azul Viagens e outras propriedades intelectuais da companhia, exceto a Azul Cargo.
O cupom da emissão foi fixado em 11,93%, enquanto a taxa de retorno até a data de vencimento é de 12,25%.
Inicialmente, a Azul esperava captar US$ 700 milhões, porém, devido à alta demanda pelos novos títulos, a transportadora aumentou a emissão. Mais de 100 fundos de investimentos participaram da oferta. A emissão foi conduzida pela Azul Secured Finance LLP, subsidiária da Azul nos Estados Unidos.
Em junho, a empresa lançou ofertas para a troca de títulos de dívida seniores com vencimentos em 2024 e 2026 por títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030, respectivamente. A proposta foi aceita por 86% dos investidores detentores dos bônus da companhia.
Com um caixa mais robusto, John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que a empresa retomará os investimentos, mencionando a chegada de seis aeronaves Embraer 195-E2 e a construção de um hangar em Minas Gerais.
A Azul prevê que sua dívida líquida seja de 3,5 vezes o seu EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ao final de dezembro de 2023, e de 3 vezes em 2024.