O PIX é a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros, e segundo o Banco Central, recordes vêm sendo estabelecidos com a ferramenta no mês de julho. No dia 6 deste mês, foram registradas 129,4 milhões de transações, e no dia seguinte, esse número chegou a 134,8 milhões.
No entanto, juntamente com as grandes movimentações e avanços tecnológicos, os riscos, como fraudes e clonagens, estão se tornando mais suscetíveis. Apenas entre janeiro e junho de 2022, foram registrados mais de 739.145 crimes envolvendo o PIX, representando um aumento de 2.818% em comparação ao mesmo período de 2021, conforme dados do Banco Central. Além disso, um estudo da FICO revela que 22% dos brasileiros já foram vítimas de fraude no PIX.
Nos últimos dois anos, os brasileiros têm optado cada vez menos por usar dados pessoais, como o CPF, para criar suas chaves no PIX. Em julho de 2021, havia 85.735.490 usuários com essa chave, número que cresceu para 123.836.099 em 2023, o que representa um crescimento de 44%. O maior aumento ocorreu nas chaves aleatórias, que combinam números e letras, e tiveram um crescimento de 189% em relação ao mesmo período. Em 2021, eram 95.352.247 chaves aleatórias, enquanto atualmente já ultrapassam 275.582.545. As chaves criadas com e-mail apresentaram um crescimento de 116%, totalizando 92.084.632, e as chaves vinculadas a números de celular aumentaram 89%, chegando a 123.335.378.
De acordo com o especialista Cristiano Maschio, CEO da Coretech Qesh, a evolução do mercado financeiro é essencial para o futuro do país. Ele afirma que o PIX é uma ferramenta de democratização e um catalisador para a digitalização financeira no Brasil, oferecendo oportunidades tanto para empresas estabelecidas quanto para novos players.
O número de chaves criadas por pessoas físicas (PF) cresceu 111% nos últimos dois anos, passando de 283 milhões para mais de 595 milhões de cadastros. No entanto, o destaque vai para o alto crescimento das chaves de pessoas jurídicas (PJ), que aumentaram de 11.936.340 para 29.723.019, evidenciando a força do PIX dentro das empresas e suas ramificações.
Cristiano ressalta que, para as empresas, a adoção do PIX tem significado agilidade e redução de custos. Ele destaca que o sistema possibilita transações comerciais mais rápidas, tornando o fluxo de caixa mais eficiente e proporcionando uma melhor experiência ao cliente. Além disso, o PIX permite a integração de serviços, como cobrança com vencimento futuro e pagamentos programados, abrindo novas oportunidades de negócios.
Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, o PIX tem sido um facilitador, e os criminosos perceberam que cada pessoa possui um banco em suas mãos. Ele alerta que, embora a tecnologia otimize nosso tempo, isso também atrai mais golpes. No entanto, devemos entender que, independentemente da ferramenta utilizada, estamos sujeitos a sermos vítimas a todo instante.
Apesar das fraudes, o PIX é a ferramenta que mais cresce no Brasil, e novas medidas de segurança estão sendo implementadas para proteger o usuário. O Banco Central deve promover a partir de novembro mudanças no meio de pagamento, visando aumentar a segurança. Essas mudanças aprimorarão duas funcionalidades disponíveis aos participantes: a notificação de infração e a consulta de informações vinculadas às chaves PIX para fins de segurança. Além disso, será possível acionar o Mecanismo Especial de Devolução (Med) em casos de suspeita de fraude ou golpe já identificado, tanto pelas instituições financeiras quanto pelos usuários finais.