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Fundação Bill & Melinda Gates investe R$ 24,4 milhões em aplicativos de IA

Foto Matheus Bertelli/Pexels

A Fundação Bill & Melinda Gates anunciou a seleção de 48 beneficiários para um programa de financiamento de US$ 5 milhões (equivalente a R$ 24,4 milhões na cotação atual). Este programa visa impulsionar o desenvolvimento de aplicativos baseados em inteligência artificial (IA) construídos a partir de grandes modelos de linguagem, com o objetivo de abordar problemas urgentes enfrentados por países de baixa e média renda.

Cada um dos beneficiários receberá um aporte de US$ 100.000 (aproximadamente R$ 500 mil) e pertence a grupos de pesquisa que se dedicarão a questões de amplo alcance. Entre os projetos financiados estão a criação de um chatbot baseado no ChatGPT para elaborar e gerenciar registros médicos detalhados para profissionais de saúde materna no Paquistão, bem como um esforço para desenvolver um tutor de IA especializado para estudantes no Quênia.

Ainda que a maioria dos projetos tenha foco em testar a aplicação da IA generativa na área da saúde, como avaliação de risco de HIV, atendimento pré-natal e prescrição de antibióticos, vários pesquisadores direcionarão essa tecnologia para outras questões locais. Um exemplo é um grupo de cientistas em Uganda, que planeja utilizar os recursos para criar um aplicativo baseado no ChatGPT que forneça informações sobre doenças nas plantações aos agricultores, incluindo a criação de um conjunto de dados na língua nativa Luganda.

Do Vietnã, chega um projeto em que um pesquisador está desenvolvendo um chatbot para orientar os moradores de uma área afetada pela intrusão de água salgada, otimizando o GPT-4 com dados em vietnamita. No Brasil, uma organização sem fins lucrativos pretende aproveitar os modelos de linguagem para criar um assistente virtual que ofereça apoio a psicólogos e advogados que atendem mulheres vítimas de violência de gênero.

A iniciativa tem como um dos seus propósitos fomentar o desenvolvimento da IA generativa em todo o mundo, visando garantir que mais pessoas possam se beneficiar desta tecnologia. Isso é particularmente relevante, uma vez que os aplicativos de chatbot que dependem de prompts baseados em texto podem deixar de fora uma parcela significativa da população, como os não falantes de inglês e aqueles que não possuem smartphones. Nesse sentido, alguns pesquisadores pretendem desenvolver um recurso que converta a voz das pessoas (em seu idioma local) em texto, tornando a IA generativa mais acessível.

Entretanto, os pesquisadores também enfrentam desafios em relação às limitações do ChatGPT e tecnologias semelhantes, que são treinados com bilhões de parâmetros a partir de dados públicos não filtrados, levando a imprecisões factuais e preconceitos. Para lidar com essas preocupações, a fundação estabeleceu um centro de apoio, composto por especialistas globais em IA, que orientarão os beneficiários na avaliação de riscos potenciais.

Durante um período de duas semanas, uma equipe de 80 avaliadores analisou cerca de 1.300 propostas de pesquisadores, organizações sem fins lucrativos e empresas privadas em 103 países. Essas inscrições foram avaliadas com base em diversos critérios, incluindo a necessidade de que o trabalho seja conduzido em países de baixa e média renda, tenha enfoque em questões sociais críticas e utilize modelos de linguagem robustos em suas aplicações.

Os beneficiários selecionados terão três meses para concluir seus projetos, utilizando principalmente o GPT-4 e o GPT 3.5 da OpenAI, além de outros modelos como o LaMDA e o Bert do Google, e um modelo de texto treinado em 100 idiomas denominado mT5. Por meio deste novo programa, a Fundação Gates espera construir uma base de evidências que demonstre casos de uso da IA generativa, bem como desafios e aprendizados, enquanto determina o papel da IA nas comunidades de baixa renda.

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