Líderes dos Brics buscam avançar em discussões sobre a implementação de moedas alternativas ao dólar durante a próxima cúpula do bloco em Joanesburgo, na África do Sul, agendada para a próxima semana entre 22 e 24. Uma das propostas em análise envolve a adoção das respectivas moedas locais pelos países membros para transações comerciais internas do bloco.
Os integrantes do grupo compartilham o objetivo de reduzir a dependência da moeda norte-americana em suas negociações internacionais. Além desse objetivo, a China busca fortalecer o yuan como parte de sua estratégia geopolítica frente aos Estados Unidos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representando o Brasil no encontro de 22 a 24 de agosto, levantou inclusive a possibilidade de uma moeda comum entre os países do bloco. Apesar de reconhecer a complexidade do processo, Lula expressou sua perspectiva. “Exige paciência. Mas por que um banco como o dos Brics não poderia introduzir uma moeda para facilitar o comércio entre Brasil, China e os outros membros? É um desafio, já que há quem esteja acomodado com a situação atual, todos dependentes de uma única moeda”, observou. A Rússia, enfrentando severas sanções do Ocidente em decorrência do conflito na Ucrânia, também manifesta interesse em alternativas ao dólar para suas transações financeiras e comerciais.
