Nesta segunda-feira (21), o Banco Central da China realizou sua reunião mensal e tomou a decisão de não alterar a taxa básica de juros de cinco anos, mantendo-a em 4,2%. Esta medida inesperada provocou quedas nas Bolsas de Valores de Pequim e Xangai.
Essa taxa de referência é vital para determinar os custos do mercado imobiliário, que encontra-se em uma paralisação devido à crise enfrentada pelas incorporadoras. O Banco Popular da China, conhecido como PBOC (People’s Bank of China), tem direcionado seus esforços para lidar com a desaceleração econômica, que se agravou de acordo com os indicadores de julho.
A decisão de manter a taxa básica de juros foi contrária à expectativa da maioria dos economistas e profissionais do mercado financeiro, que antecipavam um corte. Outra taxa de referência, aplicada a empréstimos com duração de um ano, foi reduzida de 3,55% para 3,45%, também abaixo do que era previsto.
Há apenas uma semana, o Banco Central chinês já havia efetuado cortes em outras taxas de juros, indicando um possível aprofundamento nas medidas para reavivar a economia. Além disso, na sexta-feira (17), a instituição convocou representantes do setor econômico para estimular uma maior oferta de crédito.
A reunião também estabeleceu que reguladores e bancos comerciais adotarão uma estratégia “coordenada” para lidar com os riscos ligados às dívidas de governos locais, “reforçando a vigilância” e “prevenindo firmemente riscos sistêmicos”.
A ausência de ações específicas voltadas ao mercado imobiliário, com a manutenção da taxa de cinco anos, indica que a prioridade na resposta à desaceleração econômica reside no estímulo ao consumo, através do aumento de empréstimos, e na mitigação do risco associado ao endividamento local.