Nesta terça-feira(29), a multinacional, 3M anunciou um acordo histórico para encerrar aproximadamente 260 mil processos judiciais. Os processos acusavam a empresa de comercializar protetores auriculares de combate defeituosos, os quais resultaram em perda auditiva para centenas de milhares de membros atuais e antigos do serviço militar dos Estados Unidos.
A 3M afirmou que o acordo de US$ 6 bilhões não constitui uma admissão de responsabilidade por parte da empresa. No entanto, ressaltou que está pronta para se defender caso os termos acordados não sejam cumpridos.
Esse desfecho ocorre após uma tentativa mal-sucedida da 3M no início deste ano de transferir os processos, que se tornaram o maior litígio de responsabilidade civil em massa na história dos EUA, para um tribunal de falências, buscando limitar sua responsabilidade.
Os protetores auriculares Combat Arms foram fabricados pela Aearo Technologies, adquirida pela 3M em 2008. Foram usados pelo exército dos EUA de 2003 a 2015, incluindo em missões no Afeganistão e no Iraque.
A Aearo entrou com pedido de falência em julho de 2022, com a 3M se comprometendo a aportar US$1 bilhão para cobrir suas obrigações decorrentes dos processos judiciais relacionados aos protetores auriculares.
Contudo, um juiz dos EUA rejeitou a falência da subsidiária da 3M, Aearo Technologies, em junho, determinando que a Aearo, como subsidiária da 3M, possui um “maior grau de segurança financeira que justifica a recuperação judicial”.
De acordo com o acordo divulgado, a 3M pagará um total de US$ 6 bilhões entre 2023 e 2029, sendo $5 bilhões em dinheiro e $1 bilhão em ações ordinárias.
Esse anúncio sucede apenas alguns meses após a 3M tentar um acordo de US$ 10,3 bilhões com sistemas públicos de água dos EUA para resolver queixas relacionadas à poluição por substâncias conhecidas como “produtos químicos eternos”. A empresa industrial norte-americana prevê um impacto antes de impostos de aproximadamente US$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano devido ao acordo firmado.