As projeções para o cenário varejista nos próximos meses apontam para um cenário de queda real nas vendas. De acordo com o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV), espera-se uma redução de 0,6% em agosto, 0,7% em setembro e 0,6% em outubro, quando ajustados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses números sucedem um mês de julho que já apresentou uma retração de 2,6% nas vendas.
O IAV consolidado, sem o ajuste pelo IPCA, apresenta projeções de crescimento nominal para os mesmos meses. Espera-se um aumento de 4,1% em agosto, 4,6% em setembro e 4,5% em outubro, sempre comparando com os mesmos períodos do ano anterior. No mês de julho, houve um crescimento nominal de 1,4%.
No que tange aos setores específicos, as perspectivas do varejo variam consideravelmente. O segmento de supermercados, hipermercados, alimentação, bebidas e fumo projeta um desempenho negativo para os próximos meses, com quedas previstas de 2% em agosto, setembro e outubro. Em julho, o setor já havia registrado uma retração de 6%.
Em contrapartida, o setor de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos apresenta projeções de crescimento notáveis nas vendas, com estimativas de 14%, 19% e 23% para agosto, setembro e outubro, respectivamente. Esse desempenho segue uma alta de 14% registrada em julho. O setor de tecidos, vestuário e calçados também tem projeções otimistas, com crescimento estimado de 14%, 18% e 13% para os próximos meses. No mês anterior, houve aumento de 13%.
O segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico também está previsto para crescer, com taxas de 19%, 17% e 16% em agosto, setembro e outubro, respectivamente. Julho já havia apresentado uma alta de 8% nesse setor.
No ramo de móveis e eletrodomésticos, as projeções apontam para crescimento de 6% em agosto, 8% em setembro e 5% em outubro, após um crescimento de 11% em julho.
Para o setor de material de construção, espera-se um crescimento de vendas de 5% em agosto, 6% em setembro e 10% em outubro. No mês de julho, houve uma retração de 2%.
As projeções são baseadas nos dados individuais fornecidos por cada empresa associada ao IDV, referentes à expectativa de faturamento nos próximos três meses. O conjunto de empresas que compõe o índice abrange diversos setores do varejo e representa aproximadamente 20% das vendas varejistas no Brasil. A variação nas perspectivas por setor destaca a complexidade do cenário econômico e a influência de fatores específicos sobre cada segmento do varejo.
