A comunidade científica está de luto com a notícia da morte de Ian Wilmut, figura central no marco histórico da biotecnologia. A Universidade de Edimburgo confirmou que o cientista britânico, que revolucionou a ciência com a clonagem da ovelha Dolly, faleceu aos 79 anos no domingo (10/09). Desde 2018, Wilmut lutava contra o mal de Parkinson, uma jornada que ele compartilhou abertamente com o mundo, tornando-se patrono de um programa voltado para o desenvolvimento de novas terapias para a doença.
Wilmut iniciou sua jornada científica focando em estudos sobre células reprodutivas e embriões. Suas pesquisas pioneiras, desenvolvidas ao lado de Keith Campbell no instituto de pesquisa em ciências animais da Escócia, culminaram em 1996 com a criação da ovelha Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta. O processo utilizado foi a transferência nuclear de células somáticas (SCNT), uma técnica que transformou profundamente a maneira como a ciência encara a clonagem e as células especializadas.
A criação de Dolly não apenas marcou um momento sem precedentes na história da ciência, mas também incitou debates éticos calorosos em todo o mundo. O trabalho de Wilmut ajudou a desmistificar a noção anterior de que células especializadas não poderiam ser usadas para criar uma cópia idêntica do ser original.
Depois do estrondoso sucesso com a clonagem de Dolly, Wilmut voltou seu foco para o campo da medicina regenerativa, explorando o potencial da clonagem no desenvolvimento de células-tronco inovadoras que podem ter aplicações significativas em tratamentos médicos avançados.
A morte de Ian Wilmut representa a perda de uma mente brilhante que desbravou novos territórios na ciência e deu passos significativos na compreensão da biotecnologia. Seu legado continua vivo através das inúmeras portas que ele abriu no mundo da ciência e da pesquisa médica.