A Bolsa de Valores do Brasil (B3) está prestes a oferecer um produto inédito no mercado brasileiro, um ETF que paga dividendos mensais aos cotistas. Chamado de Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), esse ETF é uma colaboração entre a gestora do Nubank, a Nu Asset, e a B3. As negociações começam nesta sexta-feira, 29.
O NDIV11 seguirá o Ibovespa Smart Dividendos B3, o primeiro subíndice do Ibovespa lançado em 55 anos. Para fazer parte desse índice, as empresas precisam cumprir dois critérios principais: fazer parte do Ibovespa e estar entre as 25% maiores pagadoras de dividendos da bolsa.
O índice conta com a participação de 21 empresas, com as de maior peso sendo Taesa (TAEE11), Telefônica (VIVT3) e BB Seguridade (BBSE3). A carteira atual permanecerá válida até 29 de dezembro deste ano e passará por rebalanceamento a cada quatro meses, seguindo o padrão dos demais índices da bolsa.
O cálculo para compor o índice leva em consideração o dividend yield, que é o valor dos dividendos em relação ao preço das ações, dos últimos seis anos. Esse cálculo utiliza uma média ponderada que prioriza os anos mais recentes. Dividendos extraordinários também são considerados, mas com uma limitação de exposição a uma única empresa de até 20%.
O NDIV11 estará disponível para todos os investidores na B3, não sendo necessário possuir conta no Nubank ou na Nu Invest para investir. Essa parceria entre o Nubank e a B3 também resultará em outro ETF, o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11). Esse ETF seguirá o desempenho do Ibovespa Smart Dividendos B3, mas, em vez de distribuir os proventos, reinvestirá os ganhos no índice.
Nubank pretende liderar o mercado de ETFs no Brasil
Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management, destacou que os ETFs oferecem aos investidores uma maneira simples e eficiente de construir um portfólio de ações. Ele afirmou que essa é a melhor forma de atender às necessidades dos clientes e que os ETFs têm potencial para um grande crescimento no Brasil. O mercado global de ETFs representa US$ 10,6 trilhões, enquanto no Brasil, os produtos movimentam cerca de US$ 9 bilhões, segundo a B3.
Os ETFs também permitem ao Nubank atrair investidores além de sua base de clientes, já que podem ser negociados em qualquer plataforma. Isso se alinha à estratégia do banco digital de oferecer novos produtos para sua base, especialmente o segmento de alta renda que busca diversificação.
Implicações fiscais e detalhes dos novos ETFs
O investimento mínimo inicial para os dois ETFs do Nubank é de R$ 100 por cota, com variações ao longo do tempo de acordo com o desempenho do índice. Ambos, NDIV11 e NSDV11, possuem uma taxa de administração de 0,5% e não cobram taxa de performance.
Haverá incidência de Imposto de Renda na venda dos ETFs, assim como na obtenção de ganhos de capital. Para o ETF que distribui dividendos, haverá uma tributação de IR de 15% sobre os proventos pagos aos cotistas, recolhidos diretamente pelo administrador do fundo. Ambos os ETFs do Nubank listados na bolsa possuem liquidez em dois dias úteis.
Entenda o que é um ETF
Um ETF, ou Exchange Traded Fund, é um fundo de investimento que replica o desempenho de um índice da bolsa de valores, como o Ibovespa. Basicamente, é uma cesta de ações que segue um índice. No caso do NDIV11 e NSDV11, eles seguem o Ibovespa Smart Dividendos B3. Os ETFs são uma maneira eficaz de diversificar portfólios de investimento, sendo negociados como ações no mercado.