A Meta está planejando realizar demissões nesta quarta-feira (4) na unidade de sua divisão Reality Labs voltada para o metaverso, informaram duas fontes à Reuters na terça-feira(04). Os funcionários foram informados das demissões em um post no fórum de discussão interno da Meta, o Workplace.
Um porta-voz da Meta se recusou a comentar sobre os planos. A Reuters não conseguiu determinar a extensão dos cortes na unidade de silício, chamada Facebook Agile Silicon Team, ou FAST. Se os cortes forem profundos, eles poderão prejudicar o projeto do CEO Mark Zuckerberg de construir produtos de realidade aumentada e virtual. Ou seja, prejudicarão os interesses em promover o acesso a um conjunto de mundos virtuais imersivos conhecidos como “metaverso”. Incluindo, especialmente, os óculos de AR que ele previu que “redefinirão nossa relação com a tecnologia”.
A unidade FAST, que tem cerca de 600 funcionários, trabalhou no desenvolvimento de chips personalizados para executar tarefas únicas e operar de maneira mais eficiente. Sendo assim, os diferenciando dos outros que entram no mercado incipiente de AR/VR. No entanto, a Meta tem lutado para produzir chips que possam competir com os fabricados por fornecedores externos. Logo, recorreu à fabricante de chips Qualcomm para produzir chips para seus dispositivos.
Uma reestruturação do FAST tem sido esperada desde a primavera, quando a Meta contratou um novo executivo para liderar a unidade. Uma unidade separada de fabricação de chips na divisão de infraestrutura da Meta, focada no trabalho de inteligência artificial, também enfrentou obstáculos. A executiva responsável por esses esforços anunciou sua saída na semana passada.
Divisão dedicada à Realidade Aumentada preocupa investidores
A Meta atualmente produz uma linha de headsets de realidade mista chamados Quest e óculos inteligentes em parceria com a fabricante de óculos Ray-Ban, a EssilorLuxottica. Os produtos podem transmitir vídeo e interagir com os usuários por meio de um novo assistente virtual de IA. A empresa anunciou novas versões dos óculos inteligentes e seu headset Quest orientado para o consumidor.
A empresa também está trabalhando em óculos de AR mais tecnicamente desafiadores e menos volumosos que se parecem mais com óculos comuns, juntamente com relógios inteligentes associados, de acordo com uma das fontes. Uma primeira versão desse produto deve ser concluída no próximo ano, embora a Meta não planeje inicialmente disponibilizá-lo amplamente para os consumidores, disse a fonte.
A Meta cortou cerca de 21.000 empregos desde novembro do ano passado, enquanto buscava tranquilizar os investidores de que estava contendo os custos em meio ao declínio no crescimento da receita, alta inflação e preocupações de que o Reality Labs estivesse perdendo muito dinheiro.
Em comunicado em março, Zuckerberg disse que a maioria das demissões deste ano ocorreria na primavera, mas que “em um pequeno número de casos, pode levar até o final do ano para concluir essas mudanças”.
