Durante a 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, o vice-presidente Geraldo Alckmin revelou que o governo brasileiro está considerando a possibilidade de aumentar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel, elevando-a para 20%. Essa medida seria incorporada ao projeto de lei “Combustível do Futuro” (PL 4516/23), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês passado. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acredita que o PL poderá atrair investimentos significativos, estimando um montante de R$ 250 bilhões.
No entanto, especialistas, como Leonardo Rossetti, analista de biodiesel na StoneX, apontam desafios para a implementação imediata desse aumento. A adaptação das usinas e a garantia de matéria-prima são cruciais para viabilizar a medida.
Com um aumento para 20%, seria necessário o consumo de cerca de 10 milhões de toneladas de óleo de soja, enquanto a safra 22/23 produziu cerca de 10,6 milhões de toneladas desse óleo. Considerando a demanda também para a produção de alimentos, Rossetti sugere que um aumento mais viável no curto prazo seria de 15%. Além disso, no longo prazo, outras matérias-primas, como óleo de palma e óleo de algodão, podem ganhar relevância na indústria de biodiesel.