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Mercado em expectativa com próxima reunião do COPOM; confira

Especulações intensificam-se com próxima reunião do Copom.

as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,6% para 2021 e 3,4% para 2022
Foto: Reprodução/Internet
as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,6% para 2021 e 3,4% para 2022
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Operadores do mercado financeiro estão ansiosos pela próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Prevista para quarta-feira (01/11), a reunião poderá resultar em um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic. Atualmente, várias instituições financeiras estimam uma taxa básica de juros de 12,15% ao ano a partir de novembro, com boas chances de nova queda em dezembro, encerrando o ano em 11,75%.

Pesquisas recentes corroboram essa expectativa. Um levantamento conduzido pelo BTG com 61 agentes financeiros revelou que 95% deles contam com um corte de meio ponto percentual. Resultados similares foram observados em pesquisa realizada pelo Broadcast, onde 96% das 57 casas consultadas esperam cortes sequenciais de 0,50 ponto nos juros até o final de 2023.

Contudo, o mercado está repleto de incertezas sobre o futuro da Selic. Especulações intensificaram-se após o conflito no Oriente Médio e preocupações com a deterioração fiscal nos Estados Unidos. Alguns analistas, antes otimistas, agora adotam uma postura cautelosa. O Citi elevou sua projeção para 10%, e outros, como o Itaú, preveem a Selic perto de 11% até o final do ciclo atual.

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Lauro Chaves Neto, analisa o cenário e o impacto da postura do Presidente Lula e do Ministro Fernando Haddad: “A expectativa em relação ao Copom até a semana passada era de uma nova redução, talvez um pouco menos agressiva do que a do mês passado, na taxa da Selic. No entanto, com as recentes declarações do presidente Lula e uma postura bastante hesitante do ministro Haddad, possivelmente teremos uma redução menor da Selic ou talvez a redução da Selic seja mantida. No entanto, é possível que sejam feitas ressalvas na ata da reunião, indicando que, se a incerteza do cenário futuro aumentar, será necessário reduzir o ritmo de queda da taxa de juros nas próximas reuniões. Assim, temos um cenário que estava relativamente favorável, mas essas turbulências recentes podem alterar tanto a redução da taxa como o conteúdo da ata, que é um indicativo para o futuro. Além disso, é possível que, em um cenário mais provável, haja a redução da taxa, mas a ata do Copom indique uma possível maior incerteza para o futuro.”

Em contrapartida, apesar da concordância na expectativa de redução na taxa Selic, o economista Alex Araujo, que já foi Superintendente de Finanças e Mercado de Capitais do Banco do Nordeste, acrescenta: “Uma coisa importante a observar é que, apesar do esperado movimento de queda dos juros, para o consumidor, principalmente aquele que possui dívidas de médio prazo, dois ou três anos, ou está buscando algum tipo de dívida agora, ele não vai perceber uma diferença muito significativa. Isso acontece porque o Copom mexe com a taxa de juros de curto prazo. A longo prazo, temos outros fatores que estão afetando as taxas e, nos últimos dois meses, elas subiram. Então, no mercado financeiro atualmente, temos um ambiente relativamente misto. As taxas de curto prazo, representadas pela Selic, estão em queda e devem ser confirmadas amanhã, mas as taxas de longo prazo tiveram um leve aumento. Esta semana está mais estável, mas elas não terão nenhum tipo de repasse imediato dessa redução da Selic. Portanto, é importante estar atento a esses dois fatores que afetam as taxas de juros do endividamento. De um lado, a Selic, como custo básico, mas a taxa também é influenciada pelos juros de longo prazo, que estão em alta no momento.”

O mercado financeiro, assim como os economistas, permanece em compasso de espera, atento às decisões do Copom e às variáveis globais que podem alterar o cenário econômico do país nos próximos meses.