Na noite de terça-feira (31), a gestora SouthRock Capital admitiu ter perdido a licença de operação exclusiva das lojas Starbucks no Brasil desde o fim da semana passada. A rescisão foi promovida pela Starbucks Coffee International devido a problemas recorrentes no pagamento de royalties. Em uma petição de mais de 600 páginas enviada à Justiça, a SouthRock solicitou recuperação judicial, buscando reverter a decisão da Starbucks.
No documento, a SouthRock destacou que o faturamento bruto mensal das lojas Starbucks, que pertencia ao grupo, ultrapassava R$ 50 milhões, representando uma parte significativa do fluxo de caixa consolidado. A empresa também justificou o pedido de proteção contra credores devido ao alto endividamento, sendo 80% dele proveniente de operações garantidas por cessões fiduciárias de recebíveis das receitas dos restaurantes do grupo. Essa situação deixaria a empresa sem recursos disponíveis para se recuperar.
A gestora relembrou os desafios enfrentados desde o início da pandemia de covid-19, que resultaram em uma queda drástica nas vendas. Em 2020, as vendas caíram 95%, seguidas por uma redução de 70% em 2021 e 30% em 2022. A SouthRock alegou que a plena recomposição do fluxo de caixa ainda não foi alcançada devido a essas dificuldades.
O pedido de recuperação judicial envolve não apenas a SouthRock Capital, mas também outras 24 empresas do grupo, incluindo nomes conhecidos como Eataly, TGI Fridays e Brazil Airport Restaurantes (BRA). A operação brasileira do Subway, adquirida recentemente pelo grupo, não foi incluída no pedido, possivelmente devido ao tempo de existência da empresa, que não se enquadra na lei de falências.