Segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (08/11), os gastos com juros atingiram R$ 81,714 bilhões em setembro deste ano, em comparação com os R$ 71,364 bilhões registrados em setembro de 2022.
Esse resultado é impactado pelas operações do Banco Central no mercado de câmbio, conhecidas como “swap cambial”, que envolvem a venda de dólares no mercado futuro. Essas operações afetam a conta de juros, sendo consideradas receita em caso de ganhos e despesa em caso de perdas.
No mês de setembro, a conta de swaps registrou perdas de R$ 15,9 bilhões, em contraste com as perdas de R$ 24,7 bilhões em setembro de 2022.
Por outro lado, na comparação anual, a redução da inflação contribui para a diminuição dos juros. Além disso, outros fatores que impactam essa conta são o aumento do estoque da dívida pública e a influência da taxa básica de juros, a Selic, que estava em alta durante o período.
Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Banco Central elevou a Taxa Selic em 12 aumentos consecutivos, respondendo à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas de agosto do ano passado a agosto deste ano. Em agosto de 2023, o BC iniciou um ciclo de redução, com a Selic agora em 12,25%.
O resultado nominal das contas públicas, que inclui o resultado primário e os gastos com juros, aumentou na comparação anual. Em setembro, o déficit nominal atingiu R$ 99,785 bilhões, em contraste com o resultado negativo de R$ 60,618 bilhões no mesmo mês de 2022.
Em um período de 12 meses, o setor público acumula um déficit nominal de R$ 801,618 bilhões, equivalente a 7,62% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse indicador é observado por investidores e agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país.
No que diz respeito à dívida pública, a dívida líquida do setor público, que representa o saldo entre créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais, alcançou R$ 6,310 trilhões em setembro, equivalente a 60% do PIB. Em agosto, esse percentual estava em 59,8% (R$ 6,256 trilhões).
Em setembro deste ano, a dívida bruta do governo geral (DBGG), que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, atingiu R$ 7,826 trilhões, correspondendo a 74,4% do PIB. Esse valor representa um aumento em relação ao mês anterior (R$ 7,771 trilhões ou 74,3% do PIB). A dívida bruta é um indicador usado para comparações internacionais.