No coração da cidade de Rio Grande (RS), a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), de propriedade da Petrobras, atinge um marco histórico. Com a habilidade para processar óleo de soja em 100% da sua capacidade em uma de suas unidades, o feito é um exemplo pioneiro no setor de refino industrial. O Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) é o maestro dessa inovação, prometendo revolucionar a produção de insumos com a promessa de um futuro mais verde.
Os benefícios dessa transição para matérias-primas renováveis são imensos. A RPR está se preparando para fornecer ao mercado uma gama de produtos petroquímicos e combustíveis com uma pegada ecológica significativamente reduzida. Entre eles estão GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos como BTX, todos derivados de fontes sustentáveis e essenciais para diversas indústrias.
O empenho para alinhar a produção com as exigências ambientais modernas é evidente. Os compostos de BTX produzidos cumprem com os padrões para gasolinas de alto desempenho e baixo teor de enxofre. Esse é apenas o início de um projeto ambicioso que, segundo o diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, equilibra perfeitamente as necessidades atuais de abastecimento com os planos de um futuro sustentável.
Desde o acordo de cooperação firmado em maio de 2023, testes são realizados na RPR para afinar a tecnologia de biorrefino. O primeiro teste industrial, concluído na última semana de outubro, e o segundo, marcado para junho de 2024, não apenas testam a viabilidade técnica mas também pavimentam o caminho para a produção em massa de combustíveis e produtos renováveis.
Com um investimento substancial de aproximadamente R$ 45 milhões, a Petrobras não está apenas apostando na sustentabilidade como uma iniciativa de responsabilidade corporativa, mas também está redefinindo o próprio conceito de refino de petróleo.