Um recente estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado nesta quarta-feira (29), revela que 67,5% das rodovias brasileiras têm qualidade regular, ruim ou péssima. Esta situação apresenta um desafio significativo para a infraestrutura e economia do país.
O levantamento, que avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, inclui tanto as malhas federais quanto as estaduais. Ele aponta que 32,5% das estradas são ótimas ou boas, enquanto a grande maioria enfrenta problemas sérios.
A pesquisa levou em consideração fatores como qualidade da pavimentação, sinalização e geometria da via. Os principais problemas identificados incluem quedas de barreiras, pontes caídas, erosões nas pistas, buracos grandes e pontes estreitas, além de outros fatores que comprometem a segurança e eficiência do transporte rodoviário.
Impacto Econômico e Ambiental
Essas condições precárias aumentam o custo operacional do transporte de cargas, chegando a 32,7% em 2023. O estudo destaca ainda a influência direta da qualidade das rodovias no preço do frete e, consequentemente, nos custos dos produtos para o consumidor final. Além disso, rodovias em mau estado elevam o consumo de combustível, afetando a sustentabilidade ambiental pelo desperdício de óleo diesel.
Comparação Público x Privado
Ao comparar a gestão pública e privada das rodovias, o estudo mostra que as estradas públicas, que representam 76,6% da extensão pesquisada, têm mais avaliações negativas. 64,1% das rodovias concessionadas foram classificadas como boas ou ótimas.
Investimentos Futuros em Rodovias Brasileiras
O estudo também analisou os investimentos em infraestrutura no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024. Notou-se uma redução de 4,5% em relação ao ano anterior. O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê R$ 185,8 bilhões em investimentos para o setor rodoviário, com uma divisão entre recursos privados e governamentais.
Os dados da CNT evidenciam a necessidade urgente de melhorias nas rodovias brasileiras. Investimentos estratégicos e uma gestão eficiente são fundamentais para superar esses desafios e garantir um transporte rodoviário mais seguro, eficiente e sustentável no país.