O Banco Central apresentou hoje (21) o relatório trimestral de inflação, prevendo que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 4,6%. Essa projeção representa uma queda nas chances de ultrapassar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com variação entre 1,75% e 4,75%.
Contexto Global
O ambiente externo é destacado como volátil, com movimentos expressivos nas taxas de juros nos EUA e núcleos de inflação elevados em diversas economias. Bancos centrais globais buscam convergir as taxas de inflação para suas metas, enfrentando pressões nos mercados de trabalho.
Cenário Doméstico
A previsão é de arrefecimento no crescimento no terceiro trimestre, estimando um aumento de 0,1%. O banco revisou para cima a previsão do PIB deste ano, passando de 2,9% para 3%. Para 2024, a previsão é de 1,7%.
“Destaca-se a alta do consumo das famílias, especialmente de serviços e bens de consumo não duráveis. Por outro lado, os investimentos têm recuado há quatro trimestres. A balança comercial deve apresentar saldo recorde em 2023, contribuindo para déficit em transações correntes moderado”, afirma o relatório.
Mercado de Trabalho
Os dados ajustados da PNAD Contínua indicam estabilidade na taxa de desocupação, mantendo-se em 8,0% no trimestre findo em outubro.
Além disso, dados Novo Caged destacam a robustez na geração de empregos formais. Outubro se destacou com a criação de 156 mil postos, em especial no setor de serviços.
Dessa forma, o balanço no mercado de trabalho foi positivo: “Destacaram-se a estabilidade da taxa de desocupação em patamar historicamente baixo, o aumento da geração de empregos formais e a alta real dos salários”, afirma o relatório do BC.
Perspectivas Futuras
O cenário prospectivo inclui um aumento no ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com moderação no consumo das famílias, retomada dos investimentos e manutenção de um balanço favorável nas contas externas.