As férias escolares representam um período desafiador para muitas mães, e ainda, prejudicam as carreiras das mulheres. Uma pesquisa realizada pela Todas Group destaca que 84% das mães se sentem mais preocupadas com seus filhos durante as férias, impactando diretamente nas carreiras profissionais. Ana Paula Carvalho, psiquiatra que colabora com o grupo, observa que a sobrecarga mental das mulheres aumenta expressivamente neste período.
Esse cenário se agrava quando as férias dos filhos não coincidem com as dos pais. Segundo o estudo, 75% das mães relatam dificuldades em dividir a atenção entre as atividades infantis e suas responsabilidades profissionais, levando a sentimentos de culpa e exaustão.
Além disso, a falta de apoio no ambiente de trabalho é uma realidade para 32% das entrevistadas. Dhafyni Mendes, cofundadora da Todas Group, enfatiza a frustração de mulheres que buscam avançar em suas carreiras, mas enfrentam obstáculos ao equilibrar responsabilidades domésticas e profissionais.
A idade dos filhos também influencia as preocupações maternas. Entre as 600 participantes da pesquisa, a maioria possui filhos de até 12 anos. Enquanto as mães de bebês e crianças pequenas lidam com a conciliação entre cuidados básicos e trabalho. As de adolescentes e crianças mais velhas se preocupam mais com o uso de tecnologia e interações online dos filhos.
Mulheres se sobrecarregam em tempo integral
O trabalho de cuidado, que inclui tarefas domésticas e atenção aos filhos e familiares, recai desproporcionalmente sobre as mulheres. A Oxfam relata que elas realizam mais de três quartos deste trabalho não remunerado globalmente. No Brasil, um estudo do FGV IBRE mostra que mulheres dedicam até 25 horas semanais a essas tarefas, contra 11 horas dos homens.
A sobrecarga resulta em sacrifícios na saúde mental e no bem-estar das mulheres. Conforme um relatório da Motherly, 78% das mães sacrificam o sono, e 80% reduzem suas atividades sociais, prejudicando sua saúde mental.
Especialistas apontam o trabalho flexível como uma solução potencial. Relatórios da Motherly e da McKinsey & LeanIn indicam que a flexibilidade é crucial para a participação feminina no mercado de trabalho. Além disso, a pesquisa da McKinsey revela que 87% dos profissionais desejariam trabalhar remotamente, demonstrando uma tendência crescente em busca de equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
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